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SEGURANÇA
Domingo - 16 de Fevereiro de 2014 às 09:30

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PJC-MT
Mais de 22 açoes do GCCO. Algumas de forma silenciosa impediram a atuação de organizaçoes em MT.
Mais de 22 açoes do GCCO. Algumas de forma silenciosa impediram a atuação de organizaçoes em MT.
A Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso mantém acompanhamento permanente das organizações criminosas que agem no Estado. O trabalho é feito pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em conjunto com a Diretoria de Inteligência, que juntas atuam na repressão e, principalmente, antecipando os passos de grupos criminosos que praticam crimes nas mais diversas modalidades.

De acordo com o diretor de inteligência da Polícia Civil, Marcelo Felisbino Martins, o crime organizado passou a ter previsão legal no Brasil a partir da Lei 9.034/1995, que determinou que as polícias judiciárias de todo o país criassem setores especializados para o combate a modalidade criminosa. “Com essa determinação legal a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso passou atuar contra o crime organizado e em 2000 criou o Grupo de Combate ao Crime Organizado, que hoje evoluiu para Gerência de Combate ao Crime Organizado”, disse. “A Polícia Civil também possuiu toda uma estrutura de inteligência que auxilia o GCCO a manter com outras unidades o acompanhamento permanente das organizações em nosso Estado e nos estados vizinhos”, completou.

Em 2013, a Gerência de Combate ao Crime Organizado desenvolveu mais de 22 ações, algumas de forma silenciosa impediram a atuação de organizações, que buscam o enriquecimento no roubo a bancos, defensivos agrícolas, cargas, tráfico de drogas e armas, entre outras atividades ilícitas praticadas para manter o monopólio dessas quadrilhas, controladas, às vezes, por pessoas de dentro das unidades prisionais de Mato Grosso.

As investigações do roubo na modalidade “Novo Cangaço” a três agências bancárias e ao prédio dos Correios, em 9 de setembro de 2013, no município de Vila Rica (1.259 a Noroeste), demonstrou que a quadrilha liderada por Antonio Moura, também conhecido por “Velho Moura”, mantinha uma hierarquia organizacional muito bem controlada com atuação interestadual.

O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Henrique Stringueta, disse que a quadrilha do “Velho Moura” mantinha tamanho poderio que  era monitorada nos estados de Pernambuco, Tocantins, Pará, Rio Grande do Norte e Rondônia. “Aquela específica ação demonstrou que era de uma quadrilha mais organizada por conta da grandiosidade do roubo. Foi a Polícia de Rondônia que passou para gente, no momento do assalto, que o roubo tinha sido feito pela quadrilha do ‘Velho Moura’”, pontua o delegado.

O inquérito do assalto de Vila de Rica confirmou que a quadrilha era uma empresa criminosa especializada em camuflar o dinheiro conseguido nos roubos com a compra de imóveis e carros. A operação conjunta do GCCO, Polícias Civil do Tocantins e Pará, resultou na prisão de oito bandidos, apreensão de 16 veículos comprados com o dinheiro do assalto e R$ 50 mil em espécie. “Isso é lavagem de dinheiro, o que caracteriza uma organização criminosa”, afirma Stringueta.

A essa mesma quadrilha, desarticulada com a morte de seu líder Antonio Moura e a prisão de integrantes, é atribuído o assalto à agência do banco do Brasil, do município de Querência no ano de 2011. “O forte deles é o novo cangaço. Antonio Moura cuidava dessa organização pessoalmente, de forma bastante disciplinada, e só admitia na quadrilha pessoas com parentesco com ele ou de sua extrema confiança. Não tinham dissidência dentro da organização”, detalha o delegado.

O conhecimento sobre as organizações criminosas e a integração das polícias, que facilita o intercâmbio de informações entre as agências de inteligências e os grupos que atuam na repressão aos crimes de roubo a bancos nos estados, têm sido fator primordial no controle de muitas atividades delituosas. “Tivemos monitorando várias possíveis ou prováveis ocorrências de cangaço no ano passado. O GCCO atuou de forma intensiva em investigação de organizações criminosas que poderiam atuar aqui no Estado e acreditamos que a diminuição é por conta da inexistência de quadrilhas aqui, pois as que atuavam no Estado estão presas ou mortas”, afirma o delegado.

Outra investigação comandada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) identificou que a fuga em massa da Penitenciária Central do Estado (PCE), no dia 20 de agosto de 2012, foi articulada por Lindomar Alves de Almeida, 33 anos, conhecido por “Nenezão”. O criminoso é considerado um dos maiores assaltantes de bancos de Mato Grosso e foi preso em novembro de 2012, no município de Feira de Santana, no estado da Bahia. Ele permanece recolhido em uma unidade de segurança máxima naquele estado.

Segundo as investigações, o assaltante, mesmo afirmando pertencer a quadrilhas rivais, queria libertar Silvio César de Araújo, o “Cabelo de Bruxa”, outro bandido com vasto histórico criminal, que depois de sua fuga voltou a atuar em roubos a bancos no interior do país.

Sílvio é investigado pelo GCCO desde o ano de 2003 quando foi apreendido em poder de sua quadrilha 5 fuzis AK-47 calibres 762, 2 espingardas calibres 12 e 1 pistola calibre ponto 40. No ano de 2011 foi preso na operação “Lacraia”, que resultou na prisão de dez membros de sua quadrilha que assaltou vários bancos em Mato Grosso.

Também com laços no crime organizado, a quadrilha desarticulada na operação “Liga da Justiça”, no começo de dezembro de 2013, tinha ligação com vários segmentos, entre eles servidores do Executivo e do Judiciário, para conseguir falsificar matrículas de escrituras de terras para obtenção de financiamentos milionários. “Essas pessoas tinham facilidades em diversos lugares, órgãos. São muito organizados", disse a delegada Cleibe Aparecida de Paula, que coordenou a operação.

Nove membros da organização criminosa foram indiciados nos crimes de falsificação de documentos particular e público, falsidade ideológica, fraude processual, esbulho possessório e homicídio.

Para o delegado geral da Polícia Civil, Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, o emprego da atividade de inteligência, os investimentos em tecnologia, a mudança na metodologia de trabalho e o compromisso dos policiais, são fatores do bom desempenho da instituição junto à sociedade. “Isso é à base de todo o sucesso nessas investigações contra o crime organizado”, afirma Garcia.
 





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