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CULTURA
Segunda - 25 de Novembro de 2013 às 16:52

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A Mostra foi uma realização da Associação Mato-grossense de Inclusão Sociocultural (Amiscim), Sesc e Terra do Sol
A Mostra foi uma realização da Associação Mato-grossense de Inclusão Sociocultural (Amiscim), Sesc e Terra do Sol

A Mostra O Negro no Cinema finaliza sua 3ª edição como um dos eventos mais marcantes da Semana da Consciência Negra, tendo contribuído para o esclarecimento sobre o racismo a intolerância.

Foi o que avaliaram os cinéfilos que compareceram ao evento, que homenageou o cineasta negro Joel Zito Araújo.  Entre os dias  19 e 24 de novembro, foram exibidas as películas “Raça: uma história de igualdade”, “Cinderelas, lobos e um príncipe encantado”, “Retrato em preto e branco”, “Filhas do Vento”, “Vista a minha pele”, “A negação do Brasil” e “O efêmero Estado de União de Jeová”, que têm como tema principal as relações raciais no Brasil.

Momentos de reflexão, segundo a psicóloga Irani Marangão, uma das mais assíduas presentes à mostra. Segundo ela, esta foi uma forma de conhecer melhor suas origens, já que seu avô foi um dos descendentes de africanos nascidos no Brasil após a Lei do Ventre Livre, promulgada em 1871. “É importante conhecermos nossa história, a história de nosso país, do povo afro. Me identifico muito com isso, me emociono e me revolto com a situação pela qual passou e passa o povo negro”.

A advogada Vanessa de Oliveira Novais, que apesar de ter pele clara, é descendente de negros, disse ter participado diariamente, com entusiasmo, já que admira e respeita a cultura negra. Estudante de Psicanálise, ela diz se interessar pelo estudo da identidade, e muito identificada com o “jeito de ser e estar” do negro, sendo assídua freqüentadora dos eventos e espaços voltados à valorização da negritude em Cuiabá. Sua avó também nasceu nos tempos da Lei do Ventre Livre. “Meu pai sempre teve orgulho e me contava histórias da nossa família, eu sempre me identifiquei com esse estilo de vida negro, com a cultura, com o jeito de se exprimir, tenho isso no sangue. Admiro demais”.

Os artistas locais se fizeram presentes. O declamador Irmar Chaves, um dos responsáveis pelo projeto Poesia na Praça, classificou os filmes de Joel Zito como “únicos”. “Nunca tinha visto um trabalho como este, achei muito interessante, principalmente o filme ‘Vista a minha pele’, o qual coloca o branco como oprimido, no lugar do negro. Mas, independente de se tratar deste ou daquele tema, é um trabalho de muita qualidade estética”.

O educador Guilherme Costa, do setor de Programas e Projetos da Secretaria de Estado de Educação, destacou a importância pedagógica dos filmes. “Muito interessante esta iniciativa, principalmente quanto ao filme Raça, trazendo três perspectivas diferentes do racismo. Trabalhos como este precisam estar mais próximos de nossas salas de aula, independente se pública ou privada, para que possamos revalidar nossa raiz e valorizar toda uma contribuição trazida pelo negro à sociedade brasileira”.

Foi o que salientou a professora Carla Patrícia, que compareceu acompanhada das duas filhas. “Nos deu outra visão sobre o que acontece aqui no Brasil, onde vemos o negro sofrendo preconceito. Este é um tema que precisa ser melhor discutido, precisa estar no cinema, mas também no dia a dia”.

A Mostra foi uma realização da Associação Mato-grossense de Inclusão Sociocultural (Amiscim), Sesc e Terra do Sol – Cultura e Inovação, com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Estado, e apoio cultural da Baobá – Fundo para Equilíbrio Racial, Fordfoundation, Casa de Criação Cinema e coletivo Todavida.






URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/13361/visualizar/