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POLÍCIA
Segunda - 23 de Abril de 2012 às 13:29

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Foto: Arquivo
Uma quadrilha que arrombava caixas eletrônicos e investia o dinheiro na compra de veículos e imóveis no Estado de Mato Grosso foi desarticulada pela Polícia Judiciária Civil, neste final de semana, na operação “Furacão”. Dez pessoas foram presas, cinco em Cuiabá, quatro em Jussara (Goiás) e uma em Gurupi, no Estado de Tocantins, nas investigações comandadas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF), com apoio das Políciais Civis dos Estados de Rondônia e Tocantins.

O grupo é acusado de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Conforme a delegada Elaine Fernandes da Silva, o grupo constituiu a quadrilha em Mato Grosso para a prática de roubos e arrombamentos a caixas eletrônicos em vários estados da federação. “Ao passo que lavava o dinheiro do crime em Mato Grosso, adquirindo veículos e imóveis”, frisou.

As investigações iniciadas há dois meses resultaram na prisão de dez integrantes da quadrilha. Entres eles está Ronny Peter Rocha Brito, o líder da organização criminosa, preso no shopping popular, no bairro Porto, em Cuiabá, quando aguardava sua companheira, Fernanda Cristina Dias Daltro, também presa na operação denominada “Furacão”.

A mulher dava apoio logístico ao marido, como a compra de passagens, depósito do dinheiro dos arrombamentos na própria conta corrente e cooptava outras contas bancárias para recolhimento do dinheiro proveniente dos crimes. Ela é gerente de licitação da Prefeitura de Várzea Grande.

Conforme a delegada Elaine Fernandes, os criminosos fazem do crime uma profissão e as mulheres dos bandidos contavam com o dinheiro para manter o luxo.  Uma curiosidade descoberta durante os monitoramentos é que Fernanda Cristina pressionava o marido Ronny Peter, para que ele conseguisse dinheiro suficiente para pagar uma cirurgia plástica.

A prisão do casal foi efetuada no sábado (21.04) pela equipe da DERF Cuiabá. O suspeito Ronny Rocha, líder da quadrilha, estava com cerca de R$ 2 mil em notas de 50 reais e com forte odor de queimado.

Na operação também foram presos: o vice-líder da quadrilha, Willian Sidney Araujo de Moraes, Mário Marcio da Silva, o “Moi”, Damião de Oliveira Soares, a merendeira da Secretaria de Educação, Rosemary Araújo da Silva; Bartolomeu Francisco da Silva; Andrea Gomes Garcia da Silva; Reinaldo de Moraes Junior e Marciene Ribeiro de Matos.

O vice-líder da quadrilha, Willian Sidney Araújo de Moraes foi preso no dia 18 de abril, na cidade de Gurupi, em Tocantins, pela equipe da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá, com apoio das Polícias Civil e Militar local.

Nas investigações, a Polícia Civil descobriu que Reinaldo de Moraes Junior e Marciene Ribeiro de Matos saíram de Cuiabá com destino a Gurupi (TO), para resgatar os criminosos Mario Márcio da Silva, o “Moi” e Damião de Oliveira Soares, que estava escondidos na mata. Os suspeitos Reinaldo e Marciene levaram um bebê de 7 meses para disfarçar, caso fosse abordados pela polícia.

Com apoio da Polícia Rodoviária Federal, policiais civis da DERF de Cuiabá auxiliados por civis e militares do Estado de Goiás, interceptaram o grupo no município de Jussara. Todos foram trazidos para Cuiabá.

Na operação foram apreendidos os veículos Corolla, Golf, Pálio, Fiesta e Prisma. Outras cinco pessoas são procuradas pela polícia pelo envolvimento com a quadrilha.

Planejamento

Conforme as investigações, o grupo criminoso realizava todo um planejamento para executar os crimes. “Eles montavam uma base no local onde seria praticado o delito, estudava por vários dias o sistema de vigilância do banco que seria alvo, para após praticar o crime”, detalhou a delegada.

Ao entrar na agência, o bando destruiu o sistema de monitoramento interno e utilizava maçarico para praticar o arrombamento ao caixa. Todo o processo finalizava em no máximo 15 minutos.

Os presos têm mandados de prisão decretados em Mato Grosso, Rondônia e Tocantins.

A delegada Elaine Fernandes da Silva, disse que a função de cada integrante era bastante definida. O líder e o vice-líder eram responsáveis pelo planejamento e suporte logístico para a prática do crime. Em alguns arrombamentos o vice-líder também entrava no local.

Os executores era os profissionais dos arrombamentos, que entravam no estabelecimento. Um operava o maçarico, outros recolhiam o dinheiro e outros faziam a vigilância externa do local e outro dirigia o carro da fuga.

Tinha ainda os responsáveis pela disponibilização de contas bancárias para que o dinheiro dos crimes fosse depositado.

Arrombamentos

A quadrilha está envolvida no arrombamento de três caixas eletrônicos ocorridos, na madrugada do dia 16 de março de 2012, no Shopping Leste, em Porto Velho, no Estado de Rondônia. Os criminosos efetuaram vários depósitos do dinheiro em envelopes, nos quais constataram que passaram perfume para disfarçar o odor forte de queimado provocado pelo corte com o maçarico.

No dia seguinte, na madrugada de 17 de abril de 2012, o grupo praticou roubou outro caixa eletrônico, na cidade de Gurupi, Tocantins. Na ocasião, renderam o vigia e arrombaram o caixa eletrônico do Banco do Brasil, instalado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), de onde levaram aproximadamente R$ 70 mil.

Efetivo

Foram mobilizados para a operação os delegados Elaine Fernandes, Fausto José Freitas da Silva e Carlos Américo March, apoiados por 20 investigadores e 3 escrivães da DERF, com reforço de policiais de Barra do Garças, Delegacia de Patrimônio de Porto Velho (RO), Deic de Gurupi (TO), Polícias Civil de Goiás e Minas Gerais e Polícias Rodoviárias Federal de Mato Grosso e Tocantins e Polícia Militar de Tocantins e Goiás.





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