Na região do Araguaia, corpos ficam até 12 horas aguardando liberação da Politec
A inexistência da Polícia Técnica (Politec) na região leste de Mato Grosso é motivo de transtorno a familiares de vítimas fatais de acidentes ou outras mortes violentas. Ontem, por exemplo, um corpo ficou seis aguardando a perícia no distrito de Serra Dourada, município de Canarana, até a chegada dos peritos de Barra do Garças. Só depois foi liberado para autópsia.
Familiares de Alcides da Costa Morais, vítima do acidente ocorrido ontem em Canarana, ficaram revoltados. A colisão ocorreu na BR-158, a 1 km do distrito de Serra Dourada, por volta das 15 horas, e envolveeu um caminhão mercedes Truck Tanque (GO), carregado de combustível, e uma caminhonete S10 (MT).
O Corpo de Bombeiros de Nova Xavantina retirou a vítima das ferras após as 18 horas e o perito da Politec de Barra do Garças liberou o corpo depois das 22 horas e só depois disso foi encaminhado para o IML de Água Boa, que fica a 45 km do local do acidente.
Água Boa já conta com um Instituto Médico Legal e que é referência na região. Porém, o município ainda não tem equipe da Politec apesar do Governo do Estado já ter realizado concurso público e vários aprovados estarem aguardando a convocação. Inclusive o prédio para a instalação do serviço já está pronto.
O constrangimento é imensurável. Dias atrás os parentes de uma adolescente que se suicidou ficaram ao lado do corpo pendurado numa corda durante horas intermináveis esperando a chegada dos peritos. A espera é ainda maior quando o fato ocorre em cidades muito distantes de Barra do Garças, como é o caso de Vila Rica, cuja distância é de 755 km. Nesta época de chuva, esse trecho leva até 12 horas para ser percorrido.