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SEGURANÇA
Segunda - 01 de Novembro de 2010 às 12:05
Por: LUCIENE OLIVEIRA

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Ednilson Aguiar/Secom-MT
Combate em ambientes fechados é uma das especialidades do GOE
Combate em ambientes fechados é uma das especialidades do GOE

Quando o trabalho de investigação resulta numa operação policial e esta requer reforço especial, entra em cena a Gerência de Operações Especiais (GOE), força operacional da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, especialmente treinada para atuar em missões de alto risco.

O grupo é composto por policiais altamente qualificados e capacitados, que atuam em casos especiais, prestando auxílio às delegacias de polícia em ocorrências complexas, que oferece perigo ao cidadão e aos próprios policiais. O GOE está ligado à Diretoria de Atividades Especiais (DAE), da Polícia Civil, e foi criado para agir em ações específicas com elevado grau de complexidade.

Em 2010, o GOE esteve presente em 121 ações policiais, que vão desde roubo a banco, suporte em operações das delegacias da Polícia Civil da capital e do interior à escolta de presos de alta periculosidade. Na Capital, quando não envolvidos em operações, fazem rondas pela cidade para inibir delitos em vias públicas com maior incidência estatística de crimes violentos e oferece cursos de capacitação.

O treinamento diário é um diferencial da força policial que mantém atualizado técnicas de abordagem, defesa pessoal e tiros com equipamentos diferenciados. “A capacitação deve ser contínua. O que hoje é uma técnica avançada, daqui a pouco se torna obsoleta. A prática demonstra a necessidade do aprimoramento”, analisa o coordenador do GOE, delegado Wladimir Fransosi. “A mesma técnica que usamos aqui é usada pelo grupo especial da Alemanha ou Gate de São Paulo”, complementa.

Conforme o delegado, a padronização das técnicas se faz necessária para a excelência do serviço policial e resguardar quatro princípios: a segurança do policial, preservação da vida, cumprimento da lei e o respeito aos diretos humanos.

O chefe de operações do GOE, Joelson da Costa Almeida, explica que o atendimento de uma simples ocorrência pode evoluir para uma crise, em que o controle do emocional e do nível de stress são fundamentais para a solução do conflito. Por isso o policial, principalmente o do GOE, precisa ser capacitado constantemente. “Numa situação real você trabalha sob estresse e se o policial estiver treinado saberá o que fazer. A sociedade espera que policial tenha controle emocional”, analisa o policial Joelson.

São muitas as habilidades operacionais do GOE, que está preparado para atuar em resgate de reféns, roubos a bancos, gerenciamento de crise, localização e destruição de material explosivo, tiros de precisão (sniper), técnicas de rapel para buscas e resgate em altura, mergulho, entradas táticas em ambientes fechados, operações em mata fechada e escolta de presos perigosos.

O delegado Marcos Veloso, atualmente diretor metropolitano, esteve à frente do Grupo de Operações Especiais por oito anos, não consecutivos. De acordo com Veloso, o GOE é uma unidade operacional com condições de resposta em qualquer terreno e em situações geográficas adversas, seja no urbano, na selva amazônica, no cerrado ou no pantanal. “O que faz o diferencial do nosso grupo é o ambiente. O Goe tem treinamento de pré-atendimento para cada um desses ambientes”, disse.

GOE/`PJC-MT
Ministério do Trabalho e Emprego e o Goe durante fiscalização ao trabalho escravo em Sinop.

Policiais do GOE também estão capacitados para atuar em operações de repressão ao trabalho escravo e conflitos agrários. Em abril deste ano, 23 policiais, sendo a maioria do GOE, e 7 representantes de instituições estaduais e federais foram formados para ajudar no combate ao trabalho escravo. O curso foi o primeiro realizado no Brasil, em parceria do Ministério do Trabalho e Emprego, da Justiça do Trabalho TRT 23ª Região.

Desde 2008, a Polícia Judiciária Civil por meio do GOE vem desenvolvendo ações silenciosas junto com o MTE, que já resgataram centenas de trabalhadores em regime de escravidão, cuja mão de obra era explorada em fazendas, carvoarias e empresas agrícolas. Em 2010, o GOE participou de 14 operações de fiscalização junto ao MTE.

Além das especialidades, o GOE mantém instrutores para treinamento de policiais das Delegacias da Polícia Civil no uso progressivo da força, tiro policial tático técnico-operacional com abordagem. Na semana passada, 20 policiais da Diretoria de Inteligência passaram por reciclagem no estante de tiro da Gerência.

Com 26 anos de polícia, o investigador mais antigo do serviço de inteligência da Polícia Civil, D.A.S, disse que toda capacitação policial é imprescindível, principalmente as relacionadas ao operacional, onde a arma é o principal instrumento de trabalho do policial. “A gente apreende a trabalhar sob stress porque o policial nunca trabalha numa situação normal”, analisou.

O GOE

A Gerência de Operações Especiais (GOE) é uma unidade de operações especiais da Polícia Civil, treinada para atuar em atividades de eminente risco e de alta complexidade. É uma força especial destinada a combater situações de violência declarada, cuja gravidade ultrapassa os meio normais de atuação policial, como nos casos de sequestro, operações envolvendo explosivos, ambiente confinado e altura.  

Assessoria/PJC-MT
Treinamento de policiais. 

Os policiais do GOE têm formação ampla, com grande quantidade de cursos e treinamento constante. Eles mantêm contato com outras corporações, como o Grupo de Intervenção da Polícia Nacional Francesa, a Swat francesa. Para entrar no GOE, o candidato precisa cumprir sérios requisitos. O primeiro é o voluntariado em razão da carga de responsabilidade, depois há uma avaliação psicológica e uma análise da vida funcional e por último o teste físico que exige muito fôlego, preparo e disposição.

O GOE utiliza cinco uniformes: de selva para ambiente rural (padrão wudiland), uniforme de instrução (calça preta e camiseta cinza), segurança de dignitário (terno preto), operacional (camuflado urbano digitalizado) e uniforme de educação física.






URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/21908/visualizar/