DILMA ROUSSEFF: Candidata é disputada e os partidos articulam nos bastidores para ter petista no palanque em Cuiabá
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Rafael Costa
Especial para A Gazeta
A confirmação da vinda da presidenciável Dilma Roussef (PT) em Mato Grosso tem gerado uma forte articulação nos bastidores dos candidatos ao governo do Estado Mauro Mendes (PSB) e Silval Barbosa (PMDB), candidato à reeleição, para tê-la em seus palanques.
Estrategicamente, Mendes espera contar com a presença de Dilma numa tentativa de alavancar seu nome nas pesquisas, ultrapassar o adversário Wilson Santos (PSDB) e viabilizar sua chegada a um eventual segundo turno. A petista estará em Cuiabá na quarta-feira (25), após assumir com folga a liderança nas pesquisas de intenção de voto pela presidência da República.
"Recebi a garantia da direção nacional do PT, por meio do presidente nacional José Eduardo Dutra em que, nos Estados que houver dois palanques cujos partidos aliados são cabeça de chapa, a Dilma Roussef apoiará ambos sem constrangimento algum. Confio na palavra dos representantes do Partido dos Trabalhadores", afirmou.
A coligação Mato Grosso Melhor Pra Você reúne PSB, PDT, PPS e PV, o que leva candidatos a chapas proporcionais pedirem votos no horário eleitoral a três presidenciáveis que são Dilma, José Serra e Marina Silva, o que é classificado pelos dirigentes petistas de Mato Grosso como empecilho a Mendes.
O grupo político pró-Silval Barbosa tem feito incursões ao presidente Lula para que Dilma restrinja sua atuação política em Mato Grosso somente ao palanque do PMDB. Um dos argumentos é que a legenda é aliada preferencial do PT em âmbito nacional, lembrando que o deputado federal Michel Temer (SP) é o candidato a vice-presidente na chapa de Dilma e que PT e PMDB apoiam a candidatura ao Senado de Blairo Maggi (PR), por quem Lula nutre simpatia. Ao mesmo tempo, argumentam que diferente de Silval, Mendes não pede votos a Dilma.
Nacionalmente, o PSB integra a base de apoio do Governo Federal e tem o governador de Pernambuco e presidente do diretório nacional da legenda, Eduardo Campos, no papel de ser um dos principais cabos eleitorais de Dilma Roussef na região Nordeste. Campos tem se articulado para a petista apoiar Mendes em Mato Grosso justificando que é benéfico ter dois candidatos da base governista num eventual segundo turno do que enfrentar o PSDB.