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MEIO AMBIENTE
Sexta - 13 de Agosto de 2010 às 16:47

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O fenômeno La Niña, causado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, é  o atual responsável pela alteração do clima no país, principalmente na Região Sul. Em entrevista à Rádio CNM, o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Antônio Moura, explica quais as consequências deste fenômeno em atividades como a agricultura, por exemplo.

De acordo com Moura, Municípios do Nordeste e do Sul do Brasil devem ser os mais impactados pela La Niña. Nos meses de setembro, outubro e novembro vai haver seca em boa parte da Região Sul, principalmente nos Municípios gaúchos. Em dezembro, janeiro e fevereiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem passar por situação contrária com ocorrência de chuvas acima do normal.

Enquanto, nos próximos três meses, o Sul ficará sem chuvas e com baixa umidade do ar, nos Municípios nordestinos a tendência é haver mais chuva que o normal. “Neste caso, o Oceano Atlântico, diferente do Pacífico, tem uma ação muito forte e atualmente as águas estão um pouco mais quentes que o normal, então combinado com o El Niño, lá [a La Niña] terá um impacto diferenciado”.

Prejuízos

O fenômeno deve afetar principalmente as atividades agrícolas. O Inmet, responsável pelas previsões meteorológicas no país, após identificar a ocorrência dos fenômenos, passa as informações para os ministérios e secretarias interessadas, como os Ministérios da Agricultura e da Saúde. “Fazemos a previsão de tempo e a climática e procuramos engajar os usuários para que eles repassem orientações aos milhares de agricultores e cooperativas”, informa.

Uma ressalva é feita por Antônio Moura: “As previsões não são determinantes. O sistema climático sempre puxa para o lado de menos chuvas, mas não significa que isso vai acontecer”.

Baixa umidade

É também por causa da La Niña que alguns Estados brasileiros registram baixa de umidade do ar. Moura afirma que a umidade chega a este estágio “porque as chuvas acontecem muito mais em outras regiões e não tem chegado até aqui, principalmente na Região Centro-Oeste. Agosto ainda é estação da falta de chuvas”.

Em 2010, o El Niño, fenômeno contrário a La Ninã, também provocou impactos no clima do Brasil. Este ano, portanto, os brasileiros sofrerão com as consequência da La Niña. O resfriamento das águas do Pacífico começou ainda este mês e as temperaturas estão em torno de um grau e meio abaixo do normal. Outros países como a Argentina e o Uruguai também sofrerão mudanças climáticas.

A La Niña vai alterar o comportamento do clima no país até o primeiro semestre de 2011, conforme previsão do diretor do Inmet. A ação do El Niño e da La Niña dependem da localidade. Em algumas regiões, esses fenômenos não possuem impactos tão negativos quanto em outras. “O El Niño para a agricultura sequeira do Nordeste não é favorável, a La Niña já é o contrário. Então esse quadro depende da região”, completa





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