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EDUCAÇÃO
Segunda - 19 de Julho de 2010 às 13:54
Por: Sarah Fernandes

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A falta de parâmetros curriculares para o ensino médio na Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi um dos fatores responsáveis pelo baixo rendimento de escolas dessa modalidade no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, divulgado nesta segunda-feira (19/7) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A avaliação é do especialista em EJA da organização não governamental Ação Educativa, Roberto Catelli.

O primeiro colégio de EJA ocupa posição número 2.752, com nota 599,87, em uma escala de zero a 1.000. “EJA no ensino médio é uma coisa muito nova. Em geral o foco da modalidade é na alfabetização e nas séries iniciais”, avalia Catelli. “Além disso, existe pouco material didático, os existentes são de baixa qualidade, e o recurso repassado para a EJA é menor do que para o ensino regular”.

Outro fator responsável pelo desempenho insatisfatório das escolas de EJA no Enem é a falta de professores. “Já é difícil conseguir professores para as séries iniciais, para o ensino médio é muito mais. Já vi escolas onde todas as matérias de ensino médio de EJA eram ministradas pelo mesmo professor”, conta Catelli.

Essa dificuldade também é verificada pela professora de EJA Adriana Silva, que faz formações de professores para essa modalidade de ensino. “Existe mais atenção para os alfabetizadores e para os educadores de séries iniciais. Não há uma formação específica para se trabalhar com EJA, menos ainda para o ensino médio”.

A falta de um currículo para essa modalidade é um dos entraves na sala de aula, segundo Adriana. “Os professores de EJA de ensino médio só tem uma referência: a educação regular. Nisso se desconsidera toda a história de vida do aluno e todas as suas demandas específicas”.

Participação

O número escolas de EJA que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio em 2009 aumentou 16% em relação ao ano anterior. “Desde 2009 o Enem passou a certificar a conclusão da Educação de Jovens e Adultos, substituindo o Enceja [Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos], o que aumenta a participação”, avalia Roberto Catelli, da ONG Ação Educativa.

A prova do Enem de 2009 contou com 2.426.432 candidatos, dos quais 37% declararam estar concluindo o Ensino Médio em 2009 e 56% serem egressos. O Exame foi composto por uma redação e por provas objetivas divididas em quatro áreas: linguagens; ciências humanas; ciências da natureza e matemáticas.

O número de escolas de ensino médio regular que participaram do Enem aumentou 5%, passando de 24.253 em 2008 para 25.484 em 2009. Participaram 93% das escolas que oferecem de ensino médio, de acordo com o Censo Escolar 2009.





Fonte: uol.com

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