Setor Florestal em Mato Grosso faz balanço positivo do primeiro período restritivo de atividades de corte
Em 1º de fevereiro deste ano, teve início o período restritivo das atividades de corte, arraste e transporte de madeira nas florestas brasileiras. A restrição, de sessenta dias (até 01 de abril), dentro de Mato Grosso, atendeu a Resolução nº 02 da Câmara Técnica Florestal que buscou proteger o solo das florestas no período chuvoso. A interdição diz respeito às atividades dentro dos manejos florestais sustentáveis, contudo, a comercialização e o transporte de toras, a partir das esplanadas principais, eram permitidos.
Durante operação de fiscalização no mês de março, realizada em conjunto pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), os fiscais comprovaram in loco, que os empresários do setor estavam respeitando o período e nenhuma irregularidade foi encontrada. Isto demonstra a conscientização do setor de base florestal mato-grossenses quanto ao seu papel na conservação ambiental.
Segundo dados da Sema, durante esses meses, dos 45 planos de manejo florestal, com esplanada principal cadastrada, em vinte e dois municípios, o volume de toras transportadas foi de
A superintendente da Gestão Florestal da Sema, Suely Bertoldi, avaliou a parceria da secretaria com o setor florestal durante o período. “Atendemos a Resolução do Conama e, ao mesmo tempo, aos anseios da sociedade e do setor, que não parou sua comercialização, utilizando nosso sistema como ferramenta”.
Umas das preocupações, no início do período restritivo, foi com relação aos trabalhadores que desenvolviam atividades dentro da floresta, mas a questão foi sanada com a transferência de grande parte deles para áreas administrativas. Assim, o vínculo empregatício não foi interrompido e nenhum problema social foi gerado.
Para o empresário Ricardo Mastrangelli, uma forma de auxiliar neste deslocamento de atividades é adequar um calendário de cursos de capacitação, que são ofertados normalmente durante o ano, “o ideal seria aproveitarmos o período para capacitar o pessoal, assim, nos adequamos ao processo e ainda valorizamos nosso funcionário”.
Para Júlio Bachega, diretor executivo do Cipem, o sucesso do período “se deu pela organização e planejamento do setor, que se preparou com estoques e remanejou pessoal, para não acontecer o desemprego ou faltar madeira no mercado”.
Câmara Técnica Florestal
A Câmara Técnica Florestal de Mato Grosso é um fórum democrático de discussão que busca, em caráter suplementar, atender ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em consonância com as demandas dos setores diretamente envolvidos com a floresta.