Brasil reduz a fome, diminui taxa de mortalidade na infância e reverte avanço de doenças endêmicas
O Brasil tem 100% de chance de atingir três metas dos Objetivos do Milênio (ODM) ligadas direta e indiretamente à saúde – erradicar a extrema pobreza e a fome (ODM1); reduzir a taxa de mortalidade na infância (ODM4) e combater o HIV, a malária, a tuberculose e a hanseníase (ODM9). Os dados fazem parte da avaliação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que mede o avanço dos indicadores do milênio nos países
O Ministério da Saúde estima que a meta de redução da mortalidade infância (ODM4) - crianças menores de cinco anos, será atingida três anos antes do prazo-limite estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2012, o Brasil terá chegado à taxa de 17,9 mortes por mil nascidos vivos, índice que deveria ser cumprido até 2015, segundo o organismo internacional. Esse objetivo será alcançado caso seja mantido o ritmo de queda de, pelo menos, 4,6% no número de óbitos infantis em todo o país.
O primeiro objetivo do milênio (erradicar a pobreza e a fome) teve um dos melhores desempenhos no país. A meta da ONU era reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015. De
Em relação ao ODM 5, que se refere a melhoras na saúde materna, o PNUD reconhece os avanços da política brasileira na área e diz que o país tem 50% de cumprir a meta nos próximos três anos, caso continue investindo na assistência à população feminina. Para somar esforços e cumprir o ODM 5, o Ministério lançou, em
Os esforços já têm retorno: o número de consultas de pré-natal, por exemplo, atingiu 19,4 milhões em 2009 – aumento de 126,2% em relação a 2003, quando foram registradas 8,6 milhões. Dentre as diversas ações, o Ministério aumentou, entre 2003 e 2009, 73% a cobertura populacional da Estratégia Saúde da Família, que atua na prevenção de doenças, no diagnóstico e na promoção da saúde.
ODM 1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome
A redução da desnutrição infantil é um dos principais indicadores para cumprir o primeiro Objetivo do Milênio. Segundo o relatório, de
Esse resultado só foi possível graças às ações realizadas na área de saúde, como a suplementação alimentar. O processo ajuda no combate à desnutrição e à mortalidade de crianças de seis meses a cinco anos. Em 2009, o Ministério da Saúde distribuiu aos estados 450,5 milhões de comprimidos e 9 milhões de frascos de suplemento de ferro e vitamina A - beneficiando 10,9 milhões de pessoas. Também no ano passado, 172 municípios passaram a receber incentivo para fortalecer a promoção e a orientação para alimentação saudável, com verba estimada de R$ 6,3 milhões.
O fortalecimento de Banco de Leite Humano é outra política importante no combate à desnutrição infantil. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Materno conta hoje com 270 unidades de coleta, processamento e distribuição de leite humano. São 197 Bancos de Leite Humano e 73 Postos de Coleta de Leite Humano distribuídos em todo o território nacional.
ODM 4 – Reduzir a mortalidade na infância
A atual taxa de mortalidade infantil (criança menor de um ano) é de 19 por mil nascidos vivos (dados de 2008) – 60% menor que a observada em 1990, quando estava em 47,1. A mortalidade na infância (crianças até cinco anos) também foi reduzida significativamente nos últimos 18 anos. De
O declínio da mortalidade na infância no Brasil é resultado do aumento da cobertura vacinal da população, além da ampliação dos serviços de saúde e de saneamento básico. A Estratégia Saúde da Família, ferramenta importante na prevenção de problemas da mãe e da criança, atinge atualmente 94,2% dos municípios brasileiros. O aumento do número de postos de coleta de leite humano também colaborou para a redução de mortes de crianças. Em 2005, eram 29 postos de coleta; atualmente são 73. Isso contribuiu com um aumento de 56% do estoque de leite materno, passando de 99 mil litros para 154,8 mil.
ODM 5 - Melhorar a saúde materna
A mortalidade materna também apresentou uma queda acentuada nos últimos 18 anos, de acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira. De
As condições de vida e a saúde das mulheres brasileiras melhoraram nos últimos anos. O número de consultas de pré-natal, por exemplo, atingiu 19,4 milhões em 2009 – aumento de 126,2% em relação a 2003, quando foram registradas 8,6 milhões. Em
O investimento em planejamento familiar foi outro fator importante para a redução da mortalidade materna. Em 2008, o acesso a métodos contraceptivos alcançou todos os municípios brasileiros – 5.563, totalizando mais de 34,5 milhões de usuárias do SUS de
Também foram qualificados 2.360 obstetras para atendimento às urgências e emergências. O numero de pessoas cobertas pelo SAMU, por sua vez, saltou de 10 milhões para 106 milhões em seis anos - aumento de 969,3%. Em todo o país, o SAMU 192 alcança 1.347 municípios, contribuindo para o transporte adequado de gestantes em situações de risco obstétrico.O número de ambulâncias rodando no Brasil saltou de 177, em 2003, para 3.800 até o fim de 2010.
ODM 6 – Combater o HIV/aids, a malária e outras doenças
As taxas de incidência da aids foram crescentes até 2000 e estabilizaram desde então. Em
Desde
No caso da malária, o Brasil registrou uma importante diminuição de casos a partir de 2006, passando de 549 mil para 314 mil casos em 2008. No intuito de melhorar os indicadores de controle da malária no Brasil, o Programa Nacional de Controle da Malária será beneficiado com recursos do Fundo Global de Luta contra aids, Tuberculose e Malária. O Fundo aprovou, em 2008, para o Projeto para Prevenção e Controle da Malária na Amazônia Brasileira recursos da ordem de R$ 100 milhões, que serão repassados em cinco anos.
Em relação à hanseníase, os coeficientes de detecção de casos novos apresentam estabilidade – porém, em patamares altos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Em 2008, foram notificados 39.047 casos novos no país, o que corresponde a um coeficiente de 20,59 casos por 100 mil habitantes. Por outro lado, o percentual de cura de hanseníase alcançou, em 2008, 81,2%. O Ministério da Saúde ampliou em 21% o número de unidades de saúde com pacientes em tratamento de hanseníase, passando de 7.828 em 2007 para 9.473 em 2009.