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CIDADANIA
Sexta - 12 de Março de 2010 às 16:11

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O Balcão da Cidadania, projeto da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPMT), superou este ano, por duas vezes seguidas, o número de atendimentos realizados mensalmente. Mais do que números, esse crescimento indica que as pessoas estão reconhecendo, cada vez mais, a Defensoria Pública como a instituição capaz de promover a justiça e garantir aos assistidos um direito que é de todos: o de ser cidadão.

Cerca de 110 pessoas são atendidas diariamente em uma sala, com cerca de seis estagiários em cada período do dia (são 11 no total) e pela Defensora Pública que coordena as atividades do Balcão, Danielle Dorilêo. Em janeiro, o número de atendimentos, que antes ficava em torno dos 800, saltou para 2.449, e em fevereiro, para a surpresa defensora, chegou a 2.833. “Poderíamos atender muito mais pessoas se a nossa estrutura fosse melhor”, afirmou Danielle.

Desde novembro de 2007, quando foi criado, o Balcão da Cidadania realiza trabalhos na área da família, com orientação e assessoria jurídica para casos de separação judicial, investigação de paternidade, registro civil e solicitação de pensão alimentícia. Outros casos também são registrados, como denúncias de violência doméstica ou infantil que, depois do atendimento prévio no Balcão, são encaminhados para defensores especializados no assunto.

Segundo a defensora, a grande carga do Balcão não está relacionada apenas a quantidade de trabalho, mas a questão emocional, pois as pessoas que buscam atendimento, muitas vezes precisam mais de atenção do que de serviços. Por isso, a recente experiência com a psicóloga Mael Kanaan de Oliveira no atendimento aos assistidos está sendo muito bem vista.

Mael falou sobre a difícil situação em que algumas pessoas chegam ao local; muitas vêm desconfiadas, já passaram por várias situações desagradáveis e não é legal ficar falando dos problemas para alguém desconhecido, em um lugar pequeno, com outras pessoas próximas, explica. Então, em uma sala reservada, utilizada pela psicóloga, as pessoas se sentem melhor para falar coisas importantes que, às vezes, são omitidas no atendimento jurídico por constrangimento.

Para a psicóloga, o meio social exige muito das pessoas, e às vezes elas procuram ajuda quando já estão saturadas, por isso um atendimento humanizado é de fundamental importância. Danielle acrescenta que a Defensoria tem dever não só funcional com essas pessoas, mas também moral de atendê-las bem, pois são seres humanos em situações delicadas. Além disso, a Defensoria é uma instituição pública, e como tal é mantida pelo povo, consequentemente, os servidores devem retribuir isso.

O bom atendimento é uma qualidade destacada pela estagiária Anna Paula Lemos, que já estagiou na Ouvidoria da DPMT e conta que as pessoas chegaram a elogiar o atendimento que têm no Balcão e, via de consequência, esperam pelo mesmo tipo de atendimento dos outros núcleos.

A preocupação com o espaço físico e com a qualidade do atendimento é o carro chefe do Balcão. O ambiente, ainda limitado, alguns materiais e a contratação da psicóloga foram conquistados com muita luta, de acordo com Danielle, inclusive com doações de outros órgãos públicos. O objetivo agora é conseguir também uma assistente social para auxiliar nos trabalhos.

Com o número crescente de atendimentos, os trabalhadores do local ficam na expectativa quanto à reforma que está prevista para esse ano, com espaço até para brinquedoteca. “Às vezes o atendimento fica complicado porque a criança não dá sossego para a mãe. É importante ter um lugar em que as crianças possam brincar enquanto a mãe é atendida”, afirma a defensora.

Serviço

O Balcão da Cidadania da Defensoria Pública fica na Avenida do CPA, nº 2254, Edifício American Bussines Center, térreo, entrada para o bairro Canjica. O atendimento é feito às segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h às 18h. Mais informações pelo telefone (65) 3613-8303.






URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/24081/visualizar/