Maia diz que crise financeira dos estados é pior que do governo federal Presidente da Câmara assumiu interinamente a Presidência da República. Decreto de calamidade pode ser 'único caminho' para solucionar crise, disse.
O presidente em exercício da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (19) que a situação econômica dos estados e municípios é "pior" do que a crise financeira enfrentada pelo governo federal.
Presidente da Câmara, Maia assumiu interinamente a Presidência devido à viagem de Michel Temer para os Estados Unidos.
Para Rodrigo Maia, caso não se encontre uma solução para a crise que alguns estados enfrentam, "o único caminho" seja a decretação de calamidade financeira por, pelo menos, dez estados brasileiros.
"A crise econômica que nós vivemos atingiu também os estados e municípios. A gente vem acompanhando os encontros, as reuniões, a situação dos governos dos estados e situação dos governadores e ela obviamente é pior do que a situação do governo federal", disse Maia durante reunião do Conselho Político da Associação Comercial de São Paulo.
"[A crise chegou] Ao ponto que, semana passada, muitos governadores em Brasília [estavam] ameaçando ou deixando claro que se não se encontrar um caminho, talvez o decreto de calamidade financeira seja o único caminho. Isso para mais de dez, 12 estados brasileiros", concluiu.
Na última terça (13), governadores de 17 estados, principalmente do Norte e do Nordeste, se reuniram com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para solicitar novamente uma ajuda emergencial por conta das perdas de recursos devido à queda dos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Durante a reunião, os governadores informaram que, sem esse apoio extra - ainda não confirmado pelo governo federal - vão decretar nas próximas semanas estado de calamidade pública.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se limitou a informar, por meio de nota à imprensa, que se comprometeu a levar os pedidos de auxílio financeiro ao conhecimento do presidente Michel Temer para "discutir alternativas no enfrentamento da crise nos estados".