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CULTURA
Terça - 15 de Novembro de 2016 às 14:03
Por: Redação TA c/ Portal Brasil

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Foto: Débora Cruz/Fundação Palmares
O Iphan também se dedica em garantir e preservar os vínculos identitários entre o continente africano e o Brasil
O Iphan também se dedica em garantir e preservar os vínculos identitários entre o continente africano e o Brasil

Como símbolo da luta dos afrodescendentes, retirados à força de suas pátrias e subjugados pelo regime escravocrata, o dia 20 de novembro marca a história desses povos contra a intolerância e o preconceito e traz reflexões sobre a liberdade cultural e a igualdade entre as raças no mundo.

Para celebrar a importância do Dia da Consciência Negra, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, participará, no próximo domingo (20), da entrega do título da terra da Comunidade Quilombola de Batateira, em União dos Palmares, em Alagoas, como um reforço às ações do instituto para criação de políticas voltadas à proteção e resgate dos bens culturais das comunidades tradicionais de matriz africana.

Com uma programação especial, promovida pela Fundação Palmares, o dia também será marcado por ações culturais como exposições, ciclos de palestras, lançamentos de romances afro-brasileiros, sessões de cinema e feira de produtos quilombolas. As atividades acontecem na capital Maceió e na cidade de União dos Palmares, em Alagoas.

Atualmente, o Iphan tem, sob sua proteção, oito terreiros de candomblé e um quilombo, o que contribui para o fortalecimento e resgate das manifestações culturais do povo negro no Brasil.

Cais do Valongo

Trazidos da África, nos porões dos Navios Negreiros, os negros escravizados chegaram ao Brasil em meados do século XVI. Pelo Cais do Valongo, principal porta de entrada de escravos das Américas, situado no Rio de Janeiro, entraram aproximadamente um milhão de negros escravizados, nos mais de três séculos de duração do regime escravagista.

A partir de 1774, por determinação do Marquês do Lavradio, Vice-Rei do Brasil, o desembarque de escravos no Rio foi integralmente concentrado na região da Praia do Valongo, onde se instalou o mercado de escravos.

O local foi desativado como porto de desembarque de escravos em 1831, quando o tráfico transatlântico foi proibido por pressão da Inglaterra – norma solenemente ignorada, que recebeu a denominação irônica de “lei para inglês ver”. Em 1843, 12 anos depois, o Cais do Valongo foi aterrado para receber a Princesa das Duas Sicílias e Princesa de Bourbon-Anjou, Teresa Cristina, esposa do Imperador Dom Pedro II, recebendo o nome de Cais da Imperatriz.

Para preservar o valor histórico do único vestígio material do tráfico negreiro no continente americano, o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, atualmente é candidato a Patrimônio Cultural da Humanidade.

Quilombo dos Palmares

Localizado no município de União dos Palmares, o quilombo foi inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Histórico em 1986. Entre os séculos XVII e XVIII, negros, brancos e índios organizaram a República dos Palmares. Começou a constituir-se em 1630, durante o período de lutas contra os holandeses e da economia canavieira. No século XVIII, estabeleceu-se na Serra da Barriga o Quilombo dos Macacos, sede do Quilombo dos Palmares.

O governador eleito e vitalício, Zumbi, e seu comando superior residiam na capital, a Cidade Real dos Macacos, atual União dos Palmares. A população total chegou a 30 mil pessoas, agrupadas em povoados. Em torno de cada um deles existia uma área de agricultura e pecuária onde todos trabalhavam.

Não podendo lutar contra o Exército e suas armas, os quilombolas palmarinos foram exterminados em 14 de maio de 1697. Ainda se conservam, nas proximidades da serra, as últimas pedras das trincheiras onde se abrigaram durante a luta.





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