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POLÍTICA
Quarta - 26 de Julho de 2017 às 22:07
Por: Agência O Globo

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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o petista deponha presencialmente em interrogatório no dia 13 de setembro ao juiz Sergio Moro na ação penal em que é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht. O juiz da Lava-Jato havia proposto que a fala de Lula fosse feita por meio de vídeo conferência de São Paulo para evitar “gastos indesejáveis de recursos públicos com medidas de segurança". O juiz se referiu ao aparato extraordinário montado pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná e pela Polícia Federal em 10 de maio, quando ele e Lula ficaram pela primeira vez frente a frente - na ocasião, o petista foi interrogado como réu na ação penal do caso triplex e uma multidão invadiu a capital paranaense para apoiar o ex-presidente.

A defesa do petista informou ao juízo da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba que não concorda com a realização do interrogatório por videoconferência. Em petição na tarde desta quarta-feira, o advogado Cristiano Zanin Martins disse que o STF já “assentou a percepção de que a presença física não se compara à virtual, dada a maior possibilidade de participação e o fato de aquela ser, ao menos potencialmente, muito mais ampla”. Zanin também disse que nenhuma alegação de “gastos desnecessários” se mostra juridicamente válida para alterar a regra do interrogatório presencial estabelecida na lei. O defensor ainda lembrou que Lula já prestou depoimentos presencialmente em outras ações em São Paulo, São Bernardo do Campo e Brasília e que apenas o interrogatório ocorrido no caso do apartamento tríplex do Guarujá envolveu, por determinação de Moro, excepcional aparato de segurança.

Nesta ação penal, a acusação aponta que parte das propinas pagas pela Odebrecht foi lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente, em setembro de 2010, do imóvel localizado em São Paulo que seria usado para a instalação do Instituto Lula. A força-tarefa da Lava Jato afirma que o acerto do pagamento da propina destinada ao ex-presidente foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci, com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo petista.

De acordo com os procuradores, foi repassada para o ex-presidente cobertura contígua à sua residência em São Bernardo de Campo (SP). A denúncia aponta que R$ 504 mil foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura de Lula.





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