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POLÍTICA
Quarta - 11 de Outubro de 2017 às 06:43
Por: Gazeta Digital

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João Vieira
Evandro Lesco deixando o Complexo Miranda
Evandro Lesco deixando o Complexo Miranda

Presos há 13 dias sob acusação de obstrução de Justiça e participação numa farsa para tentar gravar o desembargador Orlando de Almeida Perri, o coronel da Polícia Militar, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, ex-secretário da Casa Militar e sua esposa, a personal trainer Helen Christy Carvalho Dias Lesco, decidiram colaborar com as investigações sobre o esquema de escutas telefônicas clandestinas. Após reinterrogatório que durou cerca de 5 horas, o advogado do casal confirmou que dessa vez eles responderam aos questionamentos dos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta.

“Apenas decidiram assumir a responsabilidade daquilo que eles têm conhecimento e estão envolvidos”, disse o advogado Stalyn Paniago Pereira na saída do Complexo Miranda Reis de Juizados Especiais, em Cuiabá. Detalhes dos depoimentos não foram repassados nem pela defesa e nem pelos delegados. Argumentam que as investigação são sigilosas. Na semana passada, o casal foi interrogado, mas ficou em silêncio.

Evandro e Helen chegaram escoltados por policiais e agentes prisionais para serem novamente interrogados pelos delegados da Polícia Civil em um dos inquéritos que investigam o esquema de interceptações telefônicas clandestinas, a chamada "grampolândia pantaneira".

A própria defesa do casal que pediu o reinterrogatório. Eles estão presos desde o dia 27 de setembro por determinação do desembargador Orlando Perri, responsável pelo caso dos grampos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Evandro Lesco chegou ao local por volta das 12h enquanto Helen foi escoltada por agentes penitenciários que a deixaram no Complexo Miranda Reis por volta das 14h. Ela chegou usando uniforme de presidiária da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, porém, dessa vez não estava algemada.

Na semana passada, ela foi a única presa que chegou algemada, o que levantou questionamentos sobre o tratamento diferenciado recebido pelos demais presos que chegaram sem uniformes de unidades prisionais e com as mãos livres. Diante da situação, o desembargador Orlando Perri enviou ofício para a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) cobrando explicação sobre o motivo da algema. Para o magistrado, não havia necessidade do uso de algemas em Helen.

Nesta terça-feira, Helen chegou em um carro descaracterizado, um Chevrolet Ônix branco, acompanhada por um policial civil e uma agente penitenciaria. O casal Lesco solicitou um reinterrogatório sobre as acusações que resultaram na prisão preventiva do casal.

Eles, juntamente com outras 6 pessoas, são acusados de montar uma farsa para conseguir o afastamento do desembargador Orlando de Almeida Perri das investigações do caso que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”.

Embora os delegados do caso e nem a defesa revelem o teor dos depoimentos, entre os questionamentos que devem ser feitos ao casal diz respeito ao plano de tentar gravar o desembargador Orlando Perri e depois usar a conversa ou alguma frase fora do contexto para pedir o afastamento dele do caso.

A farsa foi denunciada pelo tenente-coronel José Henrique Soares que afirmou ter sido coagido pelos integrantes do grupo para que permitisse a instalação de uma câmera espiã em sua farda que deveria ser usada quando participasse de alguma reunião com o desembargador Orlando Perri para falar sobre as investigações. Soares era o escrivão do inquérito policial militar instaurado pela Polícia Militar para apurar a participação de oficiais da corporação no caso.

Nesta terça-feira os delegados também interrogaram o advogado Marciano Xavier que antes era o responsável pela defesa do casal Lesco, mas deixou o caso depois que seu nome também foi citado nas investigações. Marciano teria ajudado Helen Lesco a conseguir uma gravação em áudio de uma reunião que o escrivão participou juntamente com o desembargador Orlando Perri, a delegada Ana Cristina Feldner e o responsável pelo IPM, coronel Jorge Catarino Ribeiro, já que o intuito era conseguir meios de pedir a suspeição de Perri, prejudicando assim todo o andamento do inquérito.

Computadores periciados

Durante a oitiva, o delegado Flávio Stringueta deixou o prédio para realização de diligências complementares. Depois retornou junto com investigadores trazendo vários computadores, que segundo ele, estavam na Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) passando por perícia. Trata-se de equipamentos apreendidos na Operação Esdras, quando além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos acusados e também na Secretaria de Segurança Pública (Sesp).





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