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Sexta - 09 de Março de 2018 às 16:52
Por: Gazeta Digital

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Formandos aguardando pelo início da cerimônia que atrasou em 2h. Sete deles foram distinguidos como não aptos à colação.
Formandos aguardando pelo início da cerimônia que atrasou em 2h. Sete deles foram distinguidos como não aptos à colação.

Sete formandos do curso de Direito do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (Icec) passaram por constrangimento no evento de colação de grau realizado na última quarta-feira (7), em Cuiabá. Momentos antes de a cerimônia começar, eles souberam que não poderiam colar grau por conta de pendências com a faculdade envolvendo matérias que não foram concluídas. O evento foi realizado no Buffet Leila Malouf.

“Foi o maior tumulto, gente chorando, as famílias se dispersando ao perceber que havia algo errado”, relata o carteiro Alexandre Aragão, 38. Ao todo, 28 pessoas contrataram o serviço de colação de grau da empresa Izis Dorileo já que não é realizado pela instituição educacional. De acordo com Aragão, apenas no momento da cerimônia um representante do Icec compareceu ao local com uma lista em que constavam os nomes de 21 pessoas que estariam aptas a participar da colação de grau. As outras 7 estariam inadimplentes com a faculdade e foram barradas. Diante de toda a situação, afirmam que vão acionar a Justiça.

Aragão lamenta que sua mãe, de 70 anos, viajou do estado do Sergipe para participar de sua tão sonhada formação, mas que segundo ele, se transformou numa quarta-feira de terror. “Hoje acontece o baile, mobilizei 20 familiares para estarem aqui neste momento e ainda não consegui superar a humilhação pela qual passei. É muito ruim ser tratado de forma diferente. Foi nítida a discriminação, não tem como descrever o sentimento de dor e mágoa”, lamenta.

Duas formandas saíram do evento, foram até a faculdade e constataram que a situação delas estava certa e voltaram para a cerimônia. Mesmo assim, foram separadas dos outros 21 formandos e entraram por último sob anúncio de que não estavam aptas a realizar a colação.

De acordo com Dayane Cristine Campos Rodrigues, 29, os professores que estavam no evento se recusaram a entrar caso os 28 formandos entrassem juntos. “Fizeram até uma votação para que os 7 alunos não entrassem”, disse indignada e solidária aos colegas que pagaram pelo evento assim como ela que tinha no nome na lista dos aptos a colação. “Foi a coisa mais horrível. Os formandos entraram chorando de decepção”, descreveu.

Roseli Batista Costa, 29, relata que ao sair da colação para verificar a pendência na faculdade constatou junto com uma colega que estavam regulares no sistema e ao chegar foi orientada a entrar pela lateral, pois os formandos já tinham entrado. “Fiquei esperando chamarem meu nome, me recusei a entrar pela lateral. Foi muito revoltante para todos os alunos, principalmente o anúncio dos que estavam e dos que não estavam aptos. Meu sonho de formar em direito virou pesadelo”, conclui.

Outro lado

O Gazeta Digital entrou em contato com as empresas envolvidas no evento e com o Icec para obter um posicionamento quanto à denúncia dos formandos e a pendência relatada na faculdade. Por meio da assessoria, o Buffet Leila Malouf afirmou ter realizado todos os serviços conforme contratados pela Comissão de Estudantes e frisou que sobre a outorga da colação de grau, a decisão foi definida pelo Icec.

A responsável pelo cerimonial, Izis Dorileo não quis se posicionar sobre o caso e disse à reportagem que a responsabilidade seria totalmente do Icec, que emitiu a lista apontando os alunos aptos e inaptos para a colação de grau.

Já a diretoria do Icec admitiu ter emitido a lista porque os 7 alunos estariam com uma matéria pendente e que devem pagar durante esse semestre.





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