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POLÍCIA
Sexta - 10 de Agosto de 2018 às 11:21
Por: Redação TA c/ Ascom PJC-MT

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A Polícia Judiciária Civil, em trabalhos da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), prendeu em flagrante um homem que fez ameaças destinadas ao magistrado Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal (Vara Especializada do Crime Organizado), que foi o juiz responsável pela decretação das 233 ordens judiciais da operação “Red Money”, deflagrada na quarta-feira (08), para desmantelar e descapitalizar a principal facção criminosa de Mato Grosso.

O suspeito, Rafael Dhiego Gorget Camargo, foi preso em flagrante, na tarde de quinta-feira (09), por incidência nos crimes de integrar organização criminosa e ameaça. Ele faz uso de tornozeleira eletrônica e foi preso no Fórum de Cuiabá, quando acompanhava audiência da esposa, Keyla Regina Balduino, presa na operação.

Segundo as investigações, logo após a deflagração da operação Red Money, o suspeito telefonou para uma pessoa ligada ao juiz de direito proferindo uma série de ameaças em razão da prisão de sua mulher e apreensão de veículos.

No contexto das ameaças, o suspeito mandou recado, por meio dessa pessoa, falando que algo de grave aconteceria ao magistrado, caso a prisão preventiva de sua esposa, Keyla Regina Balduino, não fosse revogada.

Ainda durante o telefonema, o suspeito reconheceu ter responsabilidade sobre os crimes imputados à sua esposa, demonstrando ocupar posição de destaque na organização criminosa investigada na operação Red Money.

Após ser autuado em flagrante, o suspeito foi encaminhado para audiência de custódia no Fórum de Cuiabá.

A Operação

A operação Red Money foi realizada pela Polícia Judiciária Civil, sob a coordenação da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com o objetivo de desestruturar a base financeira da principal facção criminosa de Mato Grosso, cujas lideranças estão presas na Penitenciária Central do Estado.

Foram decretados 94 mandados de prisão (30 alvos estão dentro de presídios), 59 mandados de busca e apreensão e 80 ordens judiciais de bloqueio de contas correntes, e outras medidas cautelares de sequestro de bens e valores (1 fazenda no município de Salto do Céu, 2 casas e 1 terreno em Cuiabá, 2 caminhões e 5 automóveis), interdição de duas empresas. As ordens foram deferidas pelo juiz de direito, Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal - Vara Especializada do Crime Organizado.

A investigação iniciada há mais de 15 meses teve como foco a apreensão de patrimônio e descapitalização da facção criminosa. Segundo a apuração, a organização desenvolveu internamente um sistema de arrecadação financeira próprio, criando assim um grande esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro, com utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros, parentes de presos, entre outros.

Por meses, os analistas estudaram o sistema de arrecadação financeira da facção criminosa descobrindo três fontes principais de recursos: 1. Mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de “camisa”; 2. Cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por “biqueiras”; e 3. Cobrança de “taxa de segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).





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