Ex-analista do Ministério das Cidades que denunciou fraude em parecer depõe hoje em CPI
Higor de Oliveira foi o responsável por denunciar a fraude cometida pelas servidoras afastadas, Luiza Gomide de Faria Vianna que ocupava cargo de diretora de Mobilidade Urbana e Cristina Maria Soja, à época gerente de projetos da diretoria. Ambas respondem por ação de improbidade administrativa sob acusação de fraudar documento oficial.
Luiza e Cristina são acusadas de fraudar parecer técnico contrário à mudança do projeto do BRT para VLT, emitido pelo ex-analista. Luiza Gomide de Faria Vianna também foi convocada a prestar esclarecimentos à CPI.
Além do depoimento de Higor de Oliveira, a CPI da Copa também irá ouvir os ex-diretores da Agecopa, Yenês Magalhães e Carlos Brito.
Entenda o caso
A primeira nota técnica que avaliou a mudança de modal do transporte urbano em Cuiabá foi elaborada em 8 de agosto de 2011 pelo então analista de infraestrutura Higor de Oliveira Guerra.
No entendimento do servidor, o projeto enviado pelo governo do Mato Grosso ao Ministério das Cidades apresentava prazos de execução e viabilidade inconsistentes com o calendário da Copa. Além disso, a mudança ampliava os custos da obra em quase três vezes: de R$ 454 milhões para cerca de R$ 1,3 bilhão.
Posteriormente, com o objetivo de maquiar o posicionamento técnico do órgão para ajustá-lo à decisão política de acatar a alteração do modal, Luiza Gomide e Cristina Soja substituíram a nota técnica original, contrária à mudança, por outra, favorável à proposta. A fim de dar aparência regular ao procedimento, as servidoras mantiveram a numeração da nota técnica, mudando apenas a data do documento.
Segundo a ação proposta pelo MPF/DF, as rés também omitiram a existência de uma análise técnica prévia contrária à aprovação do modal do Ministério Público de Mato Grosso, que havia solicitado informações sobre o processo ao Ministério das Cidades. O caso tramita na 5ª Vara Federal do DF.