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POLÍTICA
Quinta - 24 de Setembro de 2015 às 15:38
Por: Estadão

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 Em reunião que durou mais de 7 horas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselhou nesta quarta-feira, 23, a presidente Dilma Rousseff a atender todos os pedidos do PMDB, mesmo que para isso tenha de desidratar o PT e rifar correligionários na reforma ministerial. ‘É melhor perder ministérios do que a Presidência‘, disse Lula, segundo relato de ministros que participaram da conversa, no Palácio da Alvorada.

A portas fechadas, o ex-presidente avaliou que a estratégia montada para atrair os aliados rebeldes, indicando que o Ministério da Saúde, hoje com o PT, será comandado pela bancada do PMDB na Câmara, deu fôlego para Dilma barrar o impeachment no Congresso.

Mesmo assim, Lula aconselhou a sucessora a adiar por alguns dias o anúncio da reforma ministerial, previsto inicialmente para esta quarta. Ele argumentou que Dilma deveria ‘amarrar bem‘ os acordos, uma vez que a ideia é por agora nos ministérios quem tem voto e pode ajudar o governo no Congresso.

Depois que Dilma concordou em transferir a pasta da Saúde para o controle do PMDB na Câmara, o Palácio do Planalto venceu uma batalha no Congresso e conseguiu manter importantes vetos da presidente a projetos que aumentavam o rombo nas contas públicas.

PMDB

Foi com esse diagnóstico que Lula pediu a ela que se aproximasse mais do vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB, e dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Cunha rompeu com o governo, mas o favorito para ocupar o Ministério da Saúde é o deputado Manoel Junior (PMDB-PB), um de seus homens de confiança.

Apesar de lamentar a substituição do ministro da Saúde, Arthur Chioro, Lula observou que o reforço do PMDB é crucial para garantir a governabilidade. Disse, no entanto, que Dilma precisa conciliar interesses de todas as alas do PMDB, tanto os de Temer como o da Câmara e do Senado, antes de anunciar os integrantes da nova equipe.

Além disso, na opinião do ex-presidente, Dilma precisa conversar com todos os aliados, para não deixar insatisfeitos pelo caminho, antes de fechar as indicações para o primeiro escalão. ‘Você não pode errar‘, disse Lula a ela.

ONU

Dilma vai viajar nesta quinta para Nova York, a fim de participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e só retornará a Brasília na terça-feira. Diante disso, o anúncio da reforma que vai cortar 10 ministérios deve ficar para os próximos dias.

Na tentativa de fechar as mudanças, a presidente passou o dia numa verdadeira maratona de negociações, no Alvorada. Pela manhã, ela recebeu Temer, os líderes do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e no Senado, Eunício Oliveira (CE), e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

O almoço foi com Lula e com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social), Jaques Wagner (Defesa), Ricardo Berzoini (Comunicações), além do assessor especial da Presidência Giles Azevedo e do presidente do PT, Rui Falcão. A noite, Dilma conversou com os ministros Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e com o presidente do PDT, Carlos Lupi.

PDT

O Ministério do Trabalho, hoje nas mãos do PDT, será fundido ao da Previdência. Segundo Lupi, Dilma fez um apelo para que o PDT continue a integrar a base aliada e ofereceu ao partido a pasta de Comunicações, hoje ocupada por Berzoini, que será transferido para a Secretaria-Geral e ficará responsável pela articulação política do Planalto. Lupi disse que o PDT seguirá apoiando o governo. Tudo indica que o PDT aceitará comandar Comunicações.





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