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AGRICULTURA FAMILIAR
Sexta - 14 de Agosto de 2015 às 16:57
Por: Redação TA c/ assessoria

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Líder sindical Maria Lucia do Nascimento, assassinada em União do Sul
Líder sindical Maria Lucia do Nascimento, assassinada em União do Sul
Um ano após o assassinato da líder sindical Maria Lucia do Nascimento, em União do Sul, município localizado na região norte de Mato Grosso, familiares, amigos e companheiros de luta e de movimento ainda aguardam a punição dos envolvidos no crime.

Maria Lucia era, na época ,presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Liderança atuante na defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, ela era assentada na Gleba Macaco, terras reconhecidas legalmente como terra pública da União, onde coordenava a luta pela regularização do Assentamento com mais vinte e cinco famílias de trabalhadores (as) rurais.


A Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso (FETAGRI-MT) manifesta a sua indignação com a impunidade dos acusados pelo crime.


“Exigimos com urgência das autoridades competentes a punição exemplar dos responsáveis pelo covarde assassinato da sindicalista Maria Lucia, morta com três tiros fatais. O que nos entristece, e causa revolta, é ausência de ações efetivas do Estado para coibir a violência, pois as ameaças já haviam sido denunciadas, mas a certeza da impunidade, que é o combustível que alimenta a escalada da violência no campo, encorajou-os cumprirem as ameaças”, lamentou a entidade em nota divulgada nesta sexta (14.08).


AMEAÇAS

As ameaças de morte já vinham sendo feitas publicamente por capangas e por um fazendeiro, que queria tomar posse da área.

Ainda conforme assentados, durante uma entrega de certidão pela justiça, informando que não havia sido cumprido a liminar, o fazendeiro disse em alto tom “que destas terras só saia morto, e que estava pronto para uma batalha, tanto para morrer quanto para matar”, gritou, ao mesmo tempo em que expulsava os servidores da justiça. O fazendeiro disse ainda que “todos que entrarem naquelas terras, sem prévia comunicação ou sem a sua autorização, estariam correndo risco, pois segundo ele, aquelas terras estariam bem protegidas por homens fortemente armados”.


Maria, assassinada na frente dos filhos e do marido, lutava a favor de quase 30 famílias do assentamento Nova Conquista. Os assentados ainda sofrem com ameaças de fazendeiros e pistoleiros.

O acusado pelo crime foi preso em flagrante na época, mas solto pouco tempo depois. Foi autuado em flagrante por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por recurso que dificultou a defesa da vítima. O processo corre há passos lentos na justiça. Está marcado para 17 de setembro um interrogatório do acusado.

 





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