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POLÍCIA
Quinta - 26 de Fevereiro de 2015 às 09:52
Por: Reporter Mt

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 O juiz Luís Aparecido Bertolucci Júnior prorrogou o afastamento do delegado da Polícia Civil, João Bosco Ribeiro de Barros, da esposa dele, a escrivã Gláucia Cristina Moura Alt e os agentes Márcio Severo Amaral, Cláudio Roberto da Costa, Loenel Constantino de Arruda das funções policiais.

Eles estão afastados da corporação desde maio do ano passado. Eles foram acusados de integrar uma quadrilha que extorquia traficantes, pedindo propina para soltar cargas de drogas apreendidas, além de presos em flagrantes.

O esquema foi descoberto na Operação ‘Abadom’, deflagrada em agosto de 2013, pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE). Na deflagração da ação policial, os policiais chegarem de ser presos. Porém, foram soltos semanas depois, diante de determinações judiciais.

Na decisão, o magistrado afirma o afastamento valerá por 120 dias ou até, o encerramento do inquérito criminal. Segundo o juiz, os acusados estão proibidos de frequentar as dependências policiais, além de utilizar veículos ou equipamentos da respectiva corporação.

De acordo com o magistrado, os policiais tem que ser mantidos afastados da Polícia Civil, porque se voltassem a exercer as funções policiais, mesmo que trabalhos administrativos, poderiam ter facilidades para manipular pessoas e interferir junto a outros agentes públicos nos autos do inquérito.

Sobre a suspeita, o juiz ainda destacou que Bosco teria interferido no caso. Ele teria ‘pedido’ para o policial civil I.B.F. mentir no depoimento à Corregedoria da Polícia Civil.

“Ora, deixá-los retornar ao exercício das funções e de todos os meios materiais que lhe são disponibilizados para a satisfação das necessidades da população, enquanto se processa a ação de improbidade administrativa, que tem caráter punitivo e reparatório do dano, no caso a ser ainda quantificado segundo o autor, implicaria em permitir que prossigam ou intensifiquem as práticas ilícitas em detrimento do interesse público”, explica o magistrado em um trecho da decisão.

O ESQUEMA

Bosco e Gláucia ganhavam até R$ 12 mil com o esquema criminoso descoberto pela operação Abadom. Conforme uma gravação telefônica, na época divulgada por um telejornal da TVCA, os policiais presos se beneficiavam financeiramente extorquindo os traficantes da quadrilha investigada que eram detidos. O áudio mostra a escrivã Gláucia negociando a liberação de um traficante com um dos três chefes do bando, identificado como Marco Antônio da Silva, também conhecido como “Nênem”.

Na gravação, Marco Antônio questionava a escrivã dizendo que se pagasse R$ 12 mil, os policiais soltariam o traficante preso? Gláucia, na gravação, concorda com o valor e afirma que iria ligar novamente para o criminoso depois de 40 minutos, no entanto, o chefe da rede destaca que queria a garantia de que o detido seria solto. 

Já em outro áudio, Marco Antônio revela que existem outros policiais extorquindo a rede criminosa e ainda pergunta para a escrivã se eles não estavam “dominados”. Porém, a policial explica ao traficante que essas pessoas seriam de outro grupo. “Quem não estava dominado? Esses aí são outras pessoas”, disse Gláucia. Dominado, neste caso, seria "estar no bolso".





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