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SEGURANÇA
Quinta - 26 de Setembro de 2013 às 18:19

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O deputado estadual Alexandre César (PT) buscou apoio das autoridades ligadas à segurança pública e direitos humanos para controlar a situação de conflito instalada no município de Luciara (1166 km de Cuiabá) devido aos estudos que estão sendo realizados na região para criação de uma unidade de conservação. Ele repudiou a ação dos posseiros que estão queimando residências, atiraram contra a casa do diácono da Prelazia de São Félix do Araguaia, Zeca Terra, e ainda fecharam as entradas da cidade impedindo que professores e alunos da UFMT chegassem até o município.

O parlamentar ressaltou que desde a semana passada já vem falando com o governador Silval Barbosa e com o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e no início da semana esteve com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Luis Antônio Pôssas de Carvalho, e com o adjunto de Direitos Humanos, Valdemir Pascoal, para discutir o assunto. Ele informou que a Polícia Federal já enviou um contingente para Luciara, realizando prisões de suspeitos, e disse que se for necessário irá pedir a intervenção da Força Nacional.

"Aqueles que estão apoiando, estimulando e realizando a barbárie em Luciara podem ter certeza de que não vai se deixar de criar reserva por este tipo de prática, não vai se deixar de proteger esses povos tradicionais por este tipo de ação. O tempo de se resolver na ameaça, na destruição de patrimônio e na bala, em Mato Grosso, eu espero e continuo acreditando que acabou", afirmou o parlamentar durante sessão.

Alexandre lembrou que discussão sobre a criação da reserva de uso sustentável ocorre desde 1999 e a proposta chegou a ser contemplada no substitutivo ao projeto do Zoneamento Sócio Econômico e Ecológico apresentado por ele, na época como relator, porém, os parlamentares apresentaram um outro texto que retirou a unidade de conservação do projeto.

De acordo com o parlamentar, o Instituto Chico Mendes tem trabalhado na análise da unidade de conservação para contemplar às populações tradicionais da região, denominadas de retireiros do Araguaia que vivem e produzem na localidade.

Um dos problemas na região é a falta de títulos de domínios de terra e uma parte é apenas de grileiros, que invadiram a área, por isso está sendo feito um levantamento fundiário para subsidiar este estudo. "Na última semana, se organizou um movimento oposto a isto, de uma associação criada contrariamente à associação dos retireiros e vem causando um verdadeiro terror na cidade. Fecharam as vias de acesso e o comércio, incendiaram casas de líderes do movimento epla criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável, deram tiros na porta da casa do diácono da prelazia, ameaçaram colocar fogo na irmã de um dos líderes do movimento em cima da própria moto que ela trafegava, professores foram impedidos de chegar por uma barreira compostas por pessoas fortemente armadas, pesquisadores foram expulsos, enfim, criaram um quadro assombroso".

O deputado informou ainda que duas pessoas já foram presas por estarem incitando a violência. Apesar da situação tensa que foi instalada no município, Alexandre César defendeu que a discussão sobre a criação da reserva continue e destacou que a decisão será baseada em estudos técnicos. Ele ressaltou ainda que uma audiência pública deverá ser realizada na cidade para debater o assunto com a sociedade antes de qualquer decisão por parte do governo federal.

"As opiniões devem ser ouvidas, mas devem ser respeitadas, agora é inadmissível que os direitos humanos sejam violados de forma tão escancarada como aconteceu nos últimos dias em Luciara. Esperamos que este tipo de coisa seja coibida e não mais se repita", afirmou. 





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