Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
PARALISAÇÃO
Quinta - 26 de Setembro de 2013 às 17:36

    Imprimir


Em resposta a greve forte e intensa dos bancários de todo Brasil, os bancos resolveram apelar com os trabalhadores ao invés de chamar para negociação. Através do recurso jurídico chamado interdito proibitório, o banco tenta desqualificar a luta da categoria com a afirmação que de que os bancários estão agindo de forma truculenta e arbitrária, sendo que os trabalhadores estão em pleno direito de reivindicação.

Apesar das artimanhas utilizadas pelos bancos para não dialogar com os bancários em greve, movimento este que é constitucionalmente jurídico e legítimo, a categoria se manter firme na luta por melhores condições de trabalho, valorização, mais segurança nos bancos, mais contratações, entre outros.

A tendência do movimento dos bancários é aumentar tanto em Mato Grosso, quanto em todo país. Neste oitavo dia de paralisação, o Estado já registra 220 agências em greve na grande Cuiabá, baixada cuiabana, e todas as demais regiões matogrossenses. Nesta quarta (25) 10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados foram paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal.

“Vamos continuar na luta pelas nossas reivindicações. Só para se ter ideia, os seis maiores bancos lucraram no primeiro semestre de 2013, quase 30 bilhões e mesmo assim insistem em desvalorizar os bancário e a população. O interdito é uma forma de apelar e dizer que nosso movimento está cada vez mais fortes”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, José Guerra.

Interdito Proibitório

O Itaú de Cáceres propôs ação de interdito proibitório na jurisdição da Vara do Trabalho do município, onde pediu a proibição de violência para assegurar o livre acesso de funcionário e de clientes das suas agências, pedindo também o uso da Polícia Militar contra a ação dos grevistas. O juiz titular da vara, José Pedro Dias, entendeu que não ficou comprovado que o Sindicato dos Bancários pretenda lesar o direito do banco, dos empregados e dos clientes. Asseverou que as fotos juntadas ao processo não comprovam as alegações.

“Convém destacar que a colocação de dirigentes sindicais na porta da empresa, não pode ser proibida, sob pena de transformar-se em tábua rasa a legislação que ampara o direito de greve”, afirma o juiz José Pedro Dias.

Já a 2ª Vara do Trabalho de Várzea Grande concedeu liminar no interdito proibitório proposto pelo Itaú, contra o Sindicato, para que este não impeça o livre acesso de clientes e funcionário às agências. A decisão foi da juíza Paula Naves Pereira.  Segundo a magistrada, mesmo com a garantia constitucional do direito de greve, este não pode ser exercido de forma abusiva, com prática de ato ilícito. A decisão não impede que a greve continue na agência.

Bancos é quem impedem entrada

O presidente do SEEB-MT, José Guerra, contesta a alegação do Itaú e destaca que os trabalhadores em greve estão nas agências para dialogar com a população sobre o abuso dos bancos e mobilizar a categoria para fortalecer o movimento reivindicatório. Guerra ainda destaca que quem impede as pessoas de entrar nas agências são os bancos. “Para desafogar as agências e se livrar dos clientes, os bancos colocam nas portas das agências funcionários para dizer aos clientes que determinadas contas não são aceitas naquele local e que devem ser pagas nas casas lotéricas. Isso sim é impedir a entrada das pessoas que têm o direito pagar suas contas em todas as agências”, finaliza o presidente.






URL Fonte: https://toquedealerta.com.br/noticia/13853/visualizar/