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POLÍTICA
Quarta - 26 de Setembro de 2018 às 21:47
Por: Ana Flávia Corrêa, do Gazeta Digital

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Divulgação

Em meio à corrida presidencial, mulheres de todo o Brasil se reúnem, no próximo sábado (29), em favor do movimento "Ele Não" e se posicionam contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Em Cuiabá, a manifestação será as 16h, no monumento Ulisses Guimarães, no canteiro central da avenida Historiador Rubens de Mendonça, conhecida como avenida do CPA, em frente ao Pantanal Shopping.

Lesionado e internado no Sírio Líbanes, Bolsonaro ainda é tido pelas mulheres cuiabanas como alguém que adota um discurso de ódio. Em conversa ao , algumas delas relataram o comportamento autoritário, machista e recheado de discurso de ódio e intolerância do candidato. A máxima entre as manifestantes é que o posicionamento de Bolsonaro é um retrocesso a todos os direitos já alcançados pelas minorias no país.

Em 27 anos de vida política, o candidato do PSL já se manifestou em favor do golpe militar de 1964 e, inclusive, afirmou publicamente que Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido na Justiça como torturador da ditadura militar, é um "herói brasileiro". Não são poucos os discursos em que ele aparece atacando as mulheres e a classe LGBT. Em um programa de televisão, ele chegou a dizer que mulheres devem ganhar menos porque podem engravidar.

Na opinião da autônoma Valéria Badocco, 33, uma das responsáveis pela organização do evento, a principal razão para ser contra a eleição do presidenciável é justamente a postura machista de menosprezo às mulheres.

"A pessoa que se interesse minimamente por política consegue ver que ele não tem preparo nenhum para governar o país. Ele sequer tem competência para discorrer sobre as próprias propostas de governo. O que ele mais fala é sobre segurança pública, mas em 28 anos representando o Rio de Janeiro não fez nada que ajudasse o estado a não entrar na crise que está", disse.

O propósito do evento para a bióloga e mãe solo, Tafnys Hadassa, é abordar a manutenção dos direitos já alcançados e a união para montagem de estratégias para combate a violência contra a mulher e o feminicídio.

"Nós esperamos, em primeiro momento, nos posicionar de forma positiva, mostrando ao país a expressividade e posicionamento político de nós, mulheres mato-grossenses. De segundo momento esperamos sim sensibilizar o maior número de mulheres possíveis, a repudiarem o 'coiso' e sua trupe", afirmou.

Um ponto importante do evento para a professora aposentada Vera Lúcia Bertroline, 63, é mostrar que as mulheres são seres conscientes das possíveis ameaças do candidato.

"Nós temos no estado de Mato Grosso milhares de mulheres conscientes do nosso papel político e coletivo. Outras virão, apesar da corrente contrária ainda vigente por aqui. A adesão à esse movimento tem surpreendido", concluiu.

Com camisetas brancas, roxas e lilás, cerca de mil mulheres devem se reunir no dia 29. A orientação é que elas não andem sozinhas e só se identifiquem contrárias ao Bolsonaro no ato, por medo de represálias. Quem se interessar pelo ato, existe um evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/475493689629573/

"A gente espera mostrar que não iremos nos calar perante ao fascismo. Esperamos que mais mulheres percebam que não estão sozinhas, que elas têm voz e que unidas somos mais fortes", finalizou Valéria.





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