Ações e programas da Sesp trabalham especialmente com a prevenção às drogas
Programas sociais do Estado reforçam importância de ações preventivas
Na semana em que se comemora o Dia Internacional de Combate às Drogas (26 de junho), essas iniciativas têm muito a ensinar. A maior e mais antiga delas é o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), coordenado pela Polícia Militar.
O Proerd surgiu da necessidade de um trabalho contínuo de prevenção em razão do aumento do consumo de drogas, proibidas ou não, entre crianças e adolescentes em idade escolar.
Por meio de 10 lições, em um total de 12 encontros, o programa leva informações aos estudantes sobre os malefícios do consumo de álcool, tabaco e outras substâncias. Ensina sobre a importância de dizer não às drogas, além de trabalhar a autoestima das crianças.
O Proerd começou em 2000, na capital e em Várzea Grande e, posteriormente, foi estendido a vários municípios no interior do Estado.Em 16 anos, o programa já formou 280,5 mil crianças e adolescentes e realizou 3,7 milhões de atendimentos em Mato Grosso.
O programa tem um quadro próprio de instrutores, todos policiais militares. Em 2015, a PM incluiu a capacitação de instrutor na grade curricular dos cursos para ingresso na carreira militar.
Rede Cidadã
Outro programa social desenvolvido pela Segurança Pública em Mato Grosso, e reconhecido pela Unicef, é o Rede Cidadã. Desde que entrou em funcionamento, em 2005, já passaram pelo programa mais de 13 mil meninos e meninas.
Pelo Rede, crianças e adolescentes têm a oportunidade de participar de diversas atividades culturais, esportivas e educacionais, como aulas de pintura em tela, teatro, violão, coral, xadrez, futebol, futsal, basquete, capoeira, judô, vôlei e taekwondo.
As atividades são ofertadas gratuitamente a estudantes da rede pública de ensino. “Para conseguir fazer a prevenção ao crime, é necessário identificar as causas do comportamento violento, da indisciplina, da baixa autoestima, da evasão escolar”, afirmou o gerente estadual do Rede Cidadã, tenente-coronel PM Nivaldo José de Arruda.
O suporte necessário aos alunos e familiares é feito por psicólogas, pedagogas, assistentes social, técnicos administrativos, policiais militares e voluntários.
Encaminhamento
Os meninos e meninas ingressam no projeto por três meios: encaminhamento da unidade escolar, apresentação espontânea pela família ou encaminhamento de órgãos como Conselho Tutelar, Delegacia Especializada do Adolescente, Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, entre outros.
Além das atividades, as crianças e adolescentes também participam de ordem unida e rodas de conversa que envolvem sete matérias multidisciplinares. Para identificar as causas dos problemas de comportamento, policiais militares e assistentes sociais realizam, frequentemente, visitas domiciliares.
As visitas se estendem também às unidades escolares, para descobrir o motivo da evasão escolar.
Outras ações
Todas as instituições de Segurança Pública desenvolvem programas sociais no intuito de conscientizar crianças e adolescentes e retirá-los do risco de vulnerabilidade social.
Além do Proerd, a Polícia Militar também desenvolve projetos como Judô Bope e Jiu Jitsu Rotam. Por meio de atividade esportiva de artes marciais, os projetos atendem crianças e adolescentes com o objetivo de prevenir e afastá-las das drogas e outras formas de violência.
No interior do Estado, mais de 200 projetos são realizados pelos batalhões da Polícia Militar na prevenção à violência e criminalidade, com atividades de ocupação do tempo ocioso das crianças e adolescentes.
Idealizado pela Polícia Judiciária Civil, o programa De Cara Limpa Contra às Drogas surgiu em 2008 para conscientizar crianças e adolescentes sobre os malefícios decorrentes do uso de substâncias entorpecentes.
As palestras nas escolas abordam temas como: drogas lícitas e ilícitas: uso, abuso e consequências; meus ídolos morreram de overdose; prevenção às drogas, violência e criminalidade; prevenção ao uso de álcool e outras drogas; direito e deveres da criança e do adolescente, cidadania e prevenção ao uso de drogas; homofobia; A importância da escola e da família; Gravidez na adolescência; Bullying; Exploração Sexual; Cidadania e Maioridade penal.
Um dos marcos do programa é a realização da corrida de rua “De Cara Limpa Contra as Drogas”. O objetivo é proporcionar à sociedade a premissa de que o esporte é um meio de ficar livre do mundo das drogas, bem como uma forma de integrar a comunidade à Polícia Civil.
Ainda no âmbito da Polícia Judiciária Civil está o programa De Bem Com a Vida, que tem como foco os problemas relacionados ao consumo de álcool por adolescentes.
Ainda no contexto da prevenção, o Corpo de Bombeiros Militar trabalha com dois importantes programas. Pelo Bombeiros do Futuro, crianças e adolescentes de 11 a 15 anos, estudantes da rede pública de ensino, participam de aulas ministradas por bombeiros militares sobre primeiros socorros, cidadania, educação para o trânsito, prevenção ao uso de drogas, entre outros temas.
Outro projeto do Corpo de Bombeiros é o Karabom, desenvolvido pelo 3º Batalhão de Bombeiros Militar de Rondonópolis.
Fortalecimento
Todos esses programas deverão ser fortalecidos pela Coordenadoria de Ações Preventivas da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
A coordenadora, coronel PM Zózima Santos, afirma que está em construção uma política de prevenção de governo, que vai valorizar ainda mais as atividades desenvolvidas pelas instituições. “Essas ações sociais das instituições são muito importantes na prevenção ao uso de drogas, na redução da criminalidade e na aproximação da segurança pública com o cidadão”, declarou Zózima.
Para coronel Zózima, a prevenção é o alicerce de uma sociedade segura. “A droga não altera apenas a consciência de quem usa. Ela resulta em um dano patrimonial e físico. Por isso tanta preocupação da Segurança Pública em reservar recursos no Plano Pluri Anual do Estado para a execução desses projetos de prevenção”, afirmou.
Segundo ela, o esclarecimento sobre o uso de drogas também deve ser trabalhada no contexto familiar. “As famílias precisam se comprometer mais com seus filhos, acompanhar na escola, saber com quem anda, ter autoridade sobre eles”, disse.
O secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, reforça que a segurança deve ir além de tratar apenas os efeitos das drogas. “É preciso buscar, de forma enérgica, enfrentar as causas. Por isso vamos trazer todos os programas e ações sociais da segurança para dentro da secretaria adjunta de Ações Preventivas, que será criada, para que essas ações tenham mais estrutura e aporte financeiro", definiu.