Prefeitura de Cuiabá investirá R$ 14 milhões em coleta seletiva
A finalização do projeto foi a pauta de uma reunião realizada hoje (11) com representantes do BNDES, das cooperativas de catadores de materiais recicláveis e da prefeitura.
Conforme o projeto, 50% dos recursos serão do banco e os outros 50% a contrapartida da administração municipal. “Isso quer dizer que, se a prefeitura puder arcar com uma ordem maior de investimento, o BNDES também terá que oferecer uma quantia maior. O valor inicial de R$ 14 milhões ainda pode aumentar”, explicou o secretário de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa.
Os recursos serão utilizados na instrumentalização das cooperativas e construção de três unidades de triagem e comercialização. Também está prevista a capacitação e formação, além da inclusão social dos catadores.
O representante do BNDES, Leonardo Pamplona, disse que o projeto está bem embasado. “Esta reunião serviu para que pudéssemos esclarecer algumas dúvidas e entender a realidade do município para que possamos dar andamento ao projeto”, pontuou, lembrando que algumas adequações foram solicitadas para que a iniciativa possa ser executada junto ao banco.
“Após a entrega das adequações, o projeto passará por algumas etapas no BNDES e, em cerca de seis meses, estará pronto para ser executado. Nossa expectativa é de que ainda este ano possamos dar início à implantação da coleta seletiva em toda Cuiabá”, garantiu Leonardo Pamplona.
A presidente da Associação de Materiais Recicláveis (Acamarc), Ana Domingas, acredita que o projeto trará avanço e fortalecimento ao setor, principalmente porque garante uma melhor remuneração aos catadores. “Não temos estrutura para garantir uma renda melhor para nossos associados, nem um espaço adequado para o trabalho e os recursos irão nos proporcionar todas essas melhorias”, afirmou.
Pouco mais de 100 catadores fazem parte, direta ou indiretamente, das três entidades que trabalham com materiais recicláveis, em conjunto com a prefeitura. A intenção com o projeto é aumentar a capacidade dessas entidades e a abrangência de atuação delas, além de fomentar a criação de novas cooperativas.
Uma das propostas é complementar a renda dos catadores que não conseguirem atingir um salário mínimo. “Nosso objetivo é que os catadores alcancem ao menos uma renda de dois salários mínimos. Mas, se porventura, isso não ocorrer, a prefeitura deverá subsidiar o trabalho do catador e complementar a renda até, pelo menos, um salário”, contou o diretor de resíduos sólidos da secretaria, Abel Nascimento.
Atualmente, a prefeitura recolhe cerca de 530 toneladas de lixo doméstico por dia. Desse total, apenas 0,6% é destinado às cooperativas de catadores, que conseguem reciclar em torno de 70 toneladas de materiais por mês.
“Sabemos que a quantidade de material reciclável recolhida ainda é muito pequena diante da capacidade que a cidade nos proporciona. Atendemos 12 bairros e é uma prioridade de governo a ampliação desse serviço para que toda a cidade seja atendida”, disse Stopa.
Até o final do mês, sete bairros do entorno da Arena Pantanal receberão o serviço de coleta seletiva.
Também participaram da reunião o coordenador do Comitê Pró-Copa de Cuiabá, Carlos Klaus, servidores das Secretarias Municipais de Serviços Urbanos e de Meio Ambiente, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, do Fórum Estadual “Lixo e Cidadania”, da Cooperativa Alternativa de Catadores e Reciclagem e Preservação do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (Coorepam) e da Cooperativa de Materiais Recicláveis (Coopemar).