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TRÂNSITO
Quinta - 16 de Junho de 2016 às 08:12
Por: Gazeta Digital

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Ainda é junho e o noticiário local tem registrado, constantemente, graves acidentes de trânsito em Mato Grosso este ano. Muitos dos casos chocam, como a da jovem dentista que se chocou contra um poste e o do mecânico atropelado por uma carreta na Rodovia dos Imigrantes. Eles são duas das 47 pessoas que já foram vítimas fatais do trânsito na capital mato-grossense de janeiro de 2016 até o momento, conforme o delegado Jeferson Dias Chaves, titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran).

Este número vem na contramão de uma queda no número de óbitos no trânsito entre 2014 e 2015, quando houve uma redução de 49%. Em 2014 foram 121 mortes, enquanto no ano passado foram 63. Os pontos mais mortais da região metropolitana são as avenidas: do CPA, Miguel Sutil e FEB.

O perfil dos envolvidos é basicamente o de sempre: jovens, de 18 a 25 anos, que fazem ingestão de bebida alcoólica e dirigem acima da velocidade permitida. O que tem sido diferente é que homens e mulheres estão quase se equivalendo nos casos. Há um tempo, homens eram os maiores causadores de acidentes. Entretanto, “98% da culpa e do erro é exclusivamente do motorista”, afirma o titular da Deletran.

O que preocupa é que nas operações da delegacia tem se verificado um alto índice de motoristas sem Carteira Nacional de Habilitação. “Não é o caso de condutores com a CNH vencida, mas sim que nem tiraram, não fizeram nem a auto-escola”, explica Chaves. Ele sugere que, principalmente quando uma pessoa for comprar uma motocicleta, haja um mecanismo que o vendedor saiba se ela tem ou não a CNH. “Qualquer um vai ali e compra uma moto? A loja poderia saber se ela será conduzida por uma pessoa habilitada. E mais, também só poderiam ser financiada para quem for habilitado”, sugere o delegado.

Apesar do alto número de mortes nas vias, o delegado explica que classificar o trânsito em Mato Grosso de violento é relativo. “Em todo o Estado são mais de 2 milhões de veículos cadastrados. O trânsito é um tabuleiro, depende de como você vai passar pelos locais, como é a sua condução. A maioria dos motoristas são responsáveis”, afirma.

Conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), a frota em Cuiabá, até abril deste ano, chega a 399.191 veículos. Em Várzea Grande são 149.963. Em 2015, eram 395.532 automóveis na Capital, enquanto na cidade industrial 148.278. “A maioria dos motoristas são responsáveis. Se não fossem, os números seriam ainda mais altos”, complementa Jeferson.

Eficiência da Lei Seca

A Lei Seca tem contribuído fantasticamente para reduzir o número de acidentes”, afirma o titular da Deletran. As estatísticas mostram que nas semanas que as blitz se espalham pela cidade, há 40% menos acidentes (com vítima ou não) do que quando elas não são feitas.

Além dos cidadãos, a rede hoteleira também agradece. “Tenho amigos que trabalham em hotéis e eles afirmam que quando o hóspede sabe que haverá blitz, optam por táxi, ao invés de dirigir ou pegar carona”, conta Chaves.

“Cuiabá está se tornando referência no Estado com a eficiência da Lei Seca. Mas eu digo e defendo, é preciso educação em casa, nas escolas, isso faz a diferença. Isso, junto ao trabalho de fiscalização. Aí, sim, podemos mudar toda uma geração”, finaliza o delegado.




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