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PARALISAÇÃO
Sexta - 18 de Outubro de 2013 às 03:52
Por: Neusa Baptista

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Foto: Neusa Baptista
Além de esperarem pelo pagamento desde o último dia 5, eles reclamam de outras irregularidades
Além de esperarem pelo pagamento desde o último dia 5, eles reclamam de outras irregularidades

Os 16 funcionários da empreiteira Constrular, contratada pela construtora Centro Avante para tocar a obra de um dos novos blocos da UFMT, prometem permanecer em estado de mobilização até que recebam o salário, que está atrasado há mais de 15 dias.

Além de esperarem pelo pagamento desde o último dia 5, eles reclamam de outras irregularidades, como a falta de fiscalização da obra, que vai abrigar o Centro de Tecnologia de Alimentos. De acordo com os operários, há pelo menos quatro meses a obra não é visitada pela engenheira responsável, identificada apenas como Tatiane, quando o usual é que a visita pelo menos uma vez por semana.

Segundo informações dos funcionários, há duas pessoas trabalhando há um ano no local, sem ter carteira assinada. Também faltam itens básicos de segurança, entre eles o EPI, e estrutura precária, entre os itens o banheiro, que é considerado inadequado.

Eles contaram que na manhã desta quinta (17), o proprietário da construtora, identificado apenas como Maurício, esteve na obra, alegando que faria a retirada dos operários do local, e dizendo que podiam ‘colocá-lo no pau’, pois já tinha vendido a construtora. Ele também prometeu o pagamento para esta quinta, afirmando que quem não aceitasse a situação, poderia pedir demissão.

Entre os trabalhadores, o clima é de revolta. O pedreiro Edson Júnior da Silva Lima confirma a falta de EP, atrasos de pagamento e a falta de técnico de segurança no local. Ele também reclama da sujeira do banheiro, e que não há pessoal responsável pela limpeza no local. Com salário de cerca de R$ 1.300,00, ele diz que o dinheiro faz falta, já que sustenta sua família. “Nossa situação é crítica, muitos já começam a passar dificuldades em ter o que comer em casa. Quem depende de aluguel também está preocupado”.

O pedreiro Nilton Ramos, há um ano e sete meses empregado da construtora, diz que a situação piorou há cerca de quatro meses. “Isso atrapalha a gente, vivo com minha mãe aposentada, que agora está pagando as contas com o dinheiro da aposentadoria dela. A gente até faz algum bico por aí, mas não dá para sustentar”.

Lucindo Morais Dias Kaiaby é empregado da construtora desde 2010, e também identifica uma piora no tratamento da empresa aos funcionários. Ele diz que seu aluguel está atrasado e corre o risco de ser despejado. “A gente fica sem saber o que fazer”. Outra denúncia é que a empresa estaria descontando nos salários os valores  da contribuição sindical, mas não estaria repassando ao sindicato.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM) esteve no local e pediu aos trabalhadores que repassem à entidade os nomes dos que estiverem sem comida, que serão atendidos com sacolões.

O sindicato já acionou a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE) e agendou reunião com a pró-reitoria de Planejamento para a próxima terça (22). Também tenta entrar em diálogo com a empresa, mas ainda não conseguiu retorno.





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