Geração de energia - Cresce interesse por tecnologia solar no país
Cresce o interesse pela tecnologia solar no país. Basta observar o número cada vez maior de placas solares nos telhados de residências, prédios, lojas, condomínios e comunidades. A empresa fluminense Solarize Serviços em Tecnologia Ambiental, especializada em cursos, treinamentos, consultorias e projetos de energia solar, é testemunha desse movimento. No ano passado, o número de cursos sobre aquecimento solar e energia fotovoltaica, ministrados pela Solarize, cresceu em torno de 40%, em relação a 2011. O público era formado por engenheiros, arquitetos, projetistas, mestres de obra, ambientalistas, moradores de comunidades de baixa renda, entre outros.
Sempre voltadas à substituição de chuveiros elétricos ou aquecedores a gás, as placas de aquecimento solar podem garantir até 40% de economia nas contas de energia elétrica. Elas são encontradas no mercado por preços cada vez mais competitivos, mas ainda são consideradas caras em termos de retorno rápido. O valor investido, no entanto, retorna cerca de cinco vezes ao longo da vida útil do sistema (20 anos).
No Brasil existe a opção do Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC), inventado por Augustin Woelz para populações menos favorecidas. A Solarize é grande divulgadora desse invento feito de placas de PVC, que pode ser construído pela própria pessoa, bastando seguir as orientações do manual distribuído gratuitamente pela ONG Sociedade do Sol (www.sociedadedosol.org.br ) - a história da criação do ASBC remete à Eco 92 e vale a pena ser conhecida. Leia a respeito no site indicado da ONG.
“Minha paixão sempre foi a causa ambiental. Quando cheguei ao Brasil, há dez anos, percebi que além de mim, ninguém usava aquecimento solar”, conta Hans Rauschmayer, diretor da Solarize. “Quis dar cursos do ASBC em comunidades e procurei patrocínio, mas não encontrei. Aí resolvi ministrar cursos pagos, o que virou um grande sucesso. Hoje conto com apoio do Sebrae RJ, SESC, GIZ, Fiocruz, Odebrecht e muitos outros. Descobri uma lacuna de mercado e avancei”, complementa Hans.
Estabelecido como empresário e consultor reconhecido pelo mercado, ele e o sócio ministram cursos, treinamentos, consultorias e desenvolvem projetos de tecnologia solar. No momento, a Solarize presta serviços para projeto de habitação social da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. “Estamos dando consultoria para arquitetos da prefeitura”, revela.
“O interesse em relação à tecnologia solar é grande e abrange diversas classes sociais”, ressalta. O empresário faz questão de dizer que o trabalho junto à ONG Sociedade Solar forneceu a base de seu conhecimento sobre o tema. Como retribuição, Hans dissemina e ajudou a aperfeiçoar a tecnologia ASBC. “Somos uma comunidade de monitores Brasil afora (sem vínculo formal). Há muita troca de informação e divisão de tarefas”,informa.
A Solarize também tem visto aumentar o interesse a respeito da energia fotovoltaica no país (transformação da energia solar em elétrica, que pode estar ligada à rede de transmissão local). A minigeração de energia fotovoltaica por cidadãos e empresas deve ser o próximo passo da adesão brasileira à tecnologia solar. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) regulamentou o assunto em abril de 2012, lembra Hans.
O excedente gerado nas residências e empreendimentos é fornecido à rede local e revertido em crédito de energia elétrica (microgeração até 100 kW e minigeração de 100 kW a 1 MW). Detalhe: a norma estabelece a obrigatoriedade de compra do excedente pelas concessionárias locais de energia elétrica.
A minigeração de energia fotovoltaica já ocorre em diversos países e deverá ganhar destaque no Brasil nos próximos anos. A demanda por cursos e consultorias em energia fotovoltaica, especialmente para engenheiros, arquitetos e projetistas de instalações elétricas, já está aumentando, revela o diretor da Solarize. (www.solarize.com.br )