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CIDADANIA
Quarta - 10 de Outubro de 2012 às 12:07

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Foto: Arquivo
No Brasil, a quantidade de pessoas em situação de subnutrição caiu, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado nesta terça-feira (9). De acordo com o relatório O estado da insegurança alimentar no mundo 2012, no período de 1990-1992 a 2010-2012, o total de subnutridos do país reduziu de 14,9% para 6,9% da população. No mundo, o índice era de 18,6% e baixou a 12,5%, enquanto na América Latina a redução foi de 13,6% para 7,7%. O documento destaca o Programa Bolsa Família como um dos responsáveis por essa queda.

Atualmente, quase 870 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de subnutrição – no Brasil são 13 milhões de pessoas. A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Maya Takagi, lembra que os números da FAO vão ao encontro dos dados do ministério relativos à extrema pobreza – quando o Plano Brasil Sem Miséria foi lançado, no ano passado, eram 16,2 milhões de pessoas nessa situação. “A desnutrição está associada à extrema pobreza, presente nas áreas rurais, no norte do país, em comunidades indígenas e quilombolas”, afirma a secretária.

“A redução é o resultado de um conjunto de políticas que o Estado brasileiro vem desenvolvendo”, diz Maya. Ela destaca as ações de transferência de renda, como o Bolsa Família, de acesso à alimentação, ampliação do salário mínimo e estímulo à agricultura familiar.

Bolsa Família – Segundo o relatório, o crescimento agrícola é particularmente eficaz na redução da fome e da desnutrição nos países pobres. O documento também ressalta a importância dos sistemas de proteção social para que os mais vulneráveis possam “participar, contribuir e se beneficiar do desenvolvimento”. Nesse quesito, a FAO cita o Bolsa Família como exemplo – ao lado do programa mexicano de transferência de renda.

O documento, no entanto, ressalta que ainda não foram vistos efeitos dessa redução em crianças em idade pré-escolar no Brasil. “Isso está sendo trabalhado com o Brasil Sem Miséria”, afirma a secretária. Segundo ela, o aumento do valor do benefício do Bolsa Família e da quantidade de crianças atendidas, e agora a complementação de renda para crianças de até 6 anos, via Brasil Carinhoso, contribuem para que as pessoas se alimentem melhor.

Segundo o documento, o Bolsa Família fortaleceu a participação da mulher e, quando a transferência de renda se destina à mulher, há maior investimento dos recursos na alimentação.

O relatório cita ainda o exemplo de Belo Horizonte, que teria influenciado a estratégia Fome Zero na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Maya Takagi lembra que o MDS passou a apoiar experiências locais que já existiam – de oferta de alimentos balanceados por meio de Restaurantes Populares ou Cozinhas Comunitárias – e o desenvolvimento da agricultura urbana. “Deu-se um caráter mais amplo às políticas de oferta de alimentos”, afirma a secretária.

Dados mundiais – Apesar de a média de subnutridos representar 12,5% da população mundial, esse índice chega a 23,2% nos países em desenvolvimento e cai para 14,9% nas nações desenvolvidas.

De acordo com o documento, a África foi a única região no mundo em que a subnutrição aumentou em números absolutos, de 175 milhões para 239 milhões de pessoas. Em termos percentuais, no entanto, houve redução de 27,3% para 22,9% da população subnutrida.





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