Tempo seco e baixa umidade aumentam riscos de queimadas
Neste período do ano, o tempo seco e a baixa umidade do ar aumentam risco de queimadas. Em Mato Grosso, em pleno período de colheita da segunda safra de milho, incêndios acidentais podem afetar as lavouras e trazer prejuízos aos produtores. Na semana passada, a supervisora de projetos da Aprosoja, Cristiane Sassagima, registrou um flagrante de queimada na região de Campos de Júlio, oeste de Mato Grosso. A área não possuía nenhum tipo de cultivo, porém, segundo supervisora, em frente ao local havia uma lavoura de milho prestes a ser colhida e o vento estava espalhando as faíscas.
“Com as rajadas fortes de vento e o milho seco, no ponto de ser colhido, havia grande possibilidade de o fogo alcançar a lavoura e causar um incêndio, trazendo prejuízos ao produtor”, destacou Sassagima.
Está em vigor desde o dia 15 de julho o período de proibição às queimadas em Mato Grosso. A restrição objetiva diminuir os riscos provocados pelo fogo nesta época do ano, quando o forte calor e baixa umidade relativa do ar ampliam os riscos. A medida restringe ao uso do fogo na zona rural e nas áreas urbanas.
O período de proibição segue até 15 de setembro e pode ser prorrogado caso a umidade do ar continue abaixo do indicado. A Aprosoja orienta os produtores rurais sobre as prevenções que devem tomar contra os incêndios florestais e também sobre o que devem fazer caso sua propriedade seja atingida pelo incêndio.
Entre as medidas estão a construção e manutenção de aceiros, que podem ser naturais como estradas ou cursos d`água, ou especialmente construídos para impedir a propagação dos incêndios, e para fornecer uma linha de controle no caso de ocorrer um incêndio. Um aceiro é uma faixa livre de vegetação, onde o solo fica exposto. De maneira geral os aceiros não são suficientes para deter incêndios, porém são extremamente úteis como meio de acesso e pontos de apoio para combater os focos de incêndios.
A redução do material combustível é também uma forma eficiente para se evitar a propagação dos incêndios. E ter locais para captação de água para, caso ocorra um incêndio, ter onde obter água para ajudar no controle do fogo é de fundamental importância.
A Aprosoja orienta ainda para que os produtores evitem colher entre 10h às 14h, período mais quente do dia e propício para a incidência de fogo acidental nas lavouras. Fazer revisão nos equipamentos, levar um suporte de tanque de água, pois as próprias máquinas podem em alguns casos soltar faíscas, por conta do atrito. Evitar fumar e procurar colher em direção oposto ao evento, também são algumas medidas que podem ajudar a evitar o fogo acidental.
É importante todos ficarem atentos, pois até mesmo uma bituca de cigarro jogada na beira da estrada por causa um incêndio acidental. E caso o produtor tenha a propriedade atingida pelo fogo deve comunicar, imediatamente o corpo de bombeiros ou prefeitura municipal; comparecer à delegacia mais próxima e registrar Boletim de Ocorrência (BO), registrar a ocorrência do fogo na unidade do Corpo de Bombeiros ou prefeitura municipal e se possível coletar o maior número de provas possível para evidenciar os danos causados pelo fogo.
Punição - quem for flagrado ateando fogo no período de proibição será multado. O valor varia de acordo com a área atingida - de R$ 1 mil por hectare nas áreas abertas a R$ 1,5 mil por hectare nas áreas de floresta, além de ser detido e responder por crime ambiental.