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COPA DO MUNDO 2014
Quarta - 09 de Maio de 2012 às 05:02
Por: Cahê Mota

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Foto: Foto-net
Primeiro fórum será na última semana de junho, no Brasil. Cidade ainda não foi definida
Primeiro fórum será na última semana de junho, no Brasil. Cidade ainda não foi definida

Mais do que aparar as arestas entre Fifa e Governo Federal, a reunião entre autoridades da entidade máxima do futebol, do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL) e o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, nesta terça-feira, em Zurique, Suíça, foi importante para determinar uma participação mais efetiva e direta do poder público na organização do Mundial.

A partir de agora, o secretário executivo do Ministério, Luís Fernandes, passa a ser o representante do Palácio do Planalto no grupo responsável por pela organização da competição. Ele terá presença nos fóruns, outra novidade anunciada após a reunião. Os encontros serão realizados no Brasil, de seis em seis semanas, para discutir os temas relativos ao evento.

Depois das divergências de opiniões e análises sobre a organização do evento, dar espaço ao governo foi a solução encontrada para que soluções surjam com mais rapidez, além de abrir mais um canal de diálogo com a Fifa, além do COL. Secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke admitiu em entrevista coletiva depois do encontro que a não inclusão do poder público no grupo desde o início foi um equivoco:

- Às vezes, cometemos erros em vez de tomar decisões na vida. Antes tarde do que nunca, essa é a reflexão do dia.

De todas as edições anteriores da Copa do Mundo, apenas na última, na África do Sul, esta medida foi necessária.  A medida, segundo Valcke, foi bem-sucedida.

- Não é a primeira vez que isso acontece. Na África do Sul foi assim, por razões óbvias. Logo no início das discussões dos trabalhos, não apareceram apenas um ministro ou um representante do governo. Foram seis ou sete. Durante anos, trabalhamos com inúmeros representantes e com a cooperação do governo – disse Valcke.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, adotou um discurso mais leve e preferiu apontar a decisão de incluir o governo na organização do Mundial como uma conquista, e não como a correção de um erro:

- Tivemos uma cúpula aqui. Não partimos da estaca zero, mas abrimos uma nova etapa da organização. Ouvi o senhor ministro dizendo que temos que olhar para frente, não para trás. Por isso, convido os poderes executivo e legislativo a olharem o futuro de maneira solidária. Todos concordamos que entramos em uma nova etapa. O Brasil hoje é uma nação muito importante no aspecto social e econômico. Tem muitos poderes e responsabilidades. Juntos, podemos finalmente apresentar uma Copa de muito êxito.

Ausente no início do processo de organização do Mundial, Aldo Rebelo fez coro com Blatter e preferiu projetar um futuro menos turbulento:

- Estou há um tempo relativamente pequeno à frente dessa responsabilidade e não posso fazer uma avaliação sob o risco de cometer injustiças. Como diz a Bíblia: “Não vou olhar para trás para não correr risco de virar estátua de sal”. Prefiro olhar para frente, para as decisões que foram tomadas. É um processo de construção. Se houve lacunas, foram preenchidas. Se houve desvio de rotas, foi corrigido. O importante é olhar para frente.

Escolhido para desempenhar a nova função, Luís Fernandes fez uma analogia com o futebol para explicar o saldo da reunião desta terça-feira:

- O principal salto dessa reunião foi elevar a outro patamar a integração da Fifa com o COL. Passo a integrar o COL e poderemos promover uma união maior para garantirmos a boa realização da Copa. Usando termos do futebol, é como se até aqui operássemos em uma mesma direção, mas com jogadores de times diferentes. Agora, temos uma seleção integrada: governo, CBF, COL e Fifa. Entramos em uma fase decisiva.

O primeiro fórum que reunirá a nova configuração da organização do Mundial acontecerá na última semana de junho no Brasil, ainda sem local definido. Depois, os encontros se sucederão a cada seis semanas. A reunião marcará ainda a primeira visita de Jérôme Valcke ao país depois de toda polêmica deflagrada pela declaração que de o país merecia um “chute no traseiro” pelo atraso das obras para Copa.
 


 






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