Organizações Globo obtêm aumento de 12% na receita
Com crescimento de 12% em relação ao ano anterior, o balanço das Organizações Globo fechou 2011 com faturamento de R$ 10,977 bilhões. O grupo, que controla a Rede Globo, terminou o ano com R$ 5,2 bilhões em caixa, 15% mais que em 2011, e uma dívida total equivalente a US$ 588 milhões, com pouco peso nas finanças das empresas.
No ano passado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 20% em relação a 2010. Atingiu R$ 2,8 bilhões. No quatro trimestre de 2011, o indicador cresceu 35% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda totalizou R$ 682 milhões nos três últimos meses do ano.
Os resultados que a Globo vem obtendo permitiram que a Fitch Ratings aumentasse sua classificação de BBB para BBB+, o que significa que a companhia subiu um degrau na classificação de risco, o que melhora sua posição.
A publicidade continua sendo, de longe, a principal fonte de receita da televisão aberta, da TV paga, da internet e de outros segmentos do grupo. Mas, em 2011, a venda de conteúdo, inclusive da televisão por assinatura, e de direitos de transmissões esportivas, teve acréscimo de 26% na receita na comparação com 2010. Passou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,4 bilhões. A publicidade, por sua vez, respondeu por R$ 8,124 bilhões da receita líquida no ano passado, com crescimento de 8%. No ano anterior atingiu R$ 7,52 bilhões.
O resultado obtido em 2011 é explicado pelo crescimento expressivo do mercado de TV paga no Brasil. O ano fechou com 12,7 milhões de lares com o serviço em todo o país, 30,5% a mais comparado a dezembro do ano anterior. A penetração da TV paga nos domicílios era de 21,2% dos lares com televisão, no fim do ano passado. Em 2010, eram 17% e em 2009, 13,3%, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O mercado de anunciantes para TV aberta e paga no país totalizou, no ano passado, US$ 19,2 bilhões e representou 67,5% de todos os gastos com publicidade. A Globo comprou os direitos de transmissão da Fifa para a Copa do Mundo de 2018 e 2022, detendo a única licença no Brasil. Os direitos incluem, além de televisão aberta, a distribuição em outras plataformas, como TV paga, internet e serviços móveis.
Os custos de vendas e serviços, excluindo depreciação, cresceram 15% (R$ 231 milhões) na comparação do quatro trimestre de 2011 e 2010. Do total, R$ 108 milhões referem-se ao aumento dos custos dos direitos de exibição e transmissão; R$ 66 milhões vieram do aumento do número de empregados e dos acordos coletivos; R$ 57 milhões referem-se a aumento de despesas com programação. Por outro lado, os custos administrativos caíram 9% (R$ 36 milhoes).
No segundo trimestre de 2011, a Rede Globo iniciou o processo de contagem de audiência, por meio do Ibope, medindo os televisores ligados, mas lendo os sintonizados em emissoras de televisão, e não em DVD ou outros usos do aparelho. A Rede Globo identificou alto índice de audiência, com 46% no período de 7h à meia-noite e 53% das 18h à meia-noite.
Os resultados, que não incluem a Infoglobo, reúnem a Rede Globo de Televisão e as participações do grupo nas empresas: Net Serviços (6,35%), Endemol Globo (50%), Telecine (50%), USA Brasil Programadora (50%), PB Brasil (60%), GB Empreendimentos (17%), Canal Brasil S.A. (50%) e associadas como Sky Brasil.