Apesar do aumento da oferta do boi gordo para o abate durante a Copa do Mundo, os números ainda serão menores do que os de 2007
Só em 2014 oferta de boi retoma patamares de 2008
A projeção da Acrimat – Associação dos Criadores de Mato Grosso – é de que os próximos três anos a oferta de boi gordo em Mato Grosso retome os patamares de 2008, quando foram abatidos 4,644 milhões de cabeças de machos, porém menor do que o de 2007 que foi de 4,755 milhões. A projeção é de que em 2014 o estoque de machos chegue a 4,614 milhões, um aumento de 16,8% com relação a oferta de 2011.
A queda na oferta de animais machos começou em 2008 em decorrência do grande abate de fêmeas, atingindo seu pior momento em 2011 quando 3,950 milhões de cabeças de boi gordo foram abatidos. “Se não fosse o grande abate de fêmeas no ano passado a pressão teria sido bem maior e esta situação vai perdurar em 2013, onde o rebanho de machos deve crescer 9,5% em relação ao ano passado”, analisou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
O abate total de bovinos em 2011cresceu 12,4%. Foram 4,871 milhões de cabeças contra 4,333 milhões em 2010. No ano passado 44,6% dos animais abatidos foram fêmeas e no ano anterior o percentual foi de 34,2%. O maior registro nos últimos 9 anos foi em 2006, quando 49,4 % do abate foi de fêmeas. O nascimento de bezerros caiu 3,5% de 2010 para 2011 e o rebanho de fêmeas aumentou de 2009 para 2010 de 4,7%. “A queda no nascimento de bezerro foi consequência da seca, morte de pastagem, cigarrinhas e outros fatores que diminuíram a oferta de alimentos, mas, o descarte de fêmeas poderia ter sido ainda maior, pois a função da vaca e procriar e vaca vazia tem que ir para o abate”, disse Vacari.
Segundo dados do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso), e levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), o rebanho total de Mato Grosso cresceu 1,4% de 2010 para 2011. O rebanho de fêmeas subiu 1,2% e o de machos 1,8%. O estoque de machos disponíveis para 2012 é maior que 2011, mas, menor que 2010. A análise que a Acrimat faz é de que este ano será bem diferente dos outros e o mercado vai depender mais da demanda do que da oferta. “O cenário atual pode mudar caso a demanda cresça com a volta da Rússia e abertura de novos mercados e assim, vamos depender ainda mais da oferta de fêmeas, caso contrario a pressão vai aumentar”.
A projeção dos próximos 3 anos para o consumidor final continua a mesma: ele esta nas mãos do varejo e não do produtor. Nos últimos 6 anos o preço médio pago pela arroba do boi gordo no Estado de Mato Grosso acumulou uma valorização de 79,19% e no varejo o preço da carne vendida ao consumidor final teve um aumento de 186,75%. “O peso das mãos do varejo é muito grande na carne vendida ao consumidor e só quem compra é que pode dar um basta nesse peso injusto e desrespeitoso, pois se dependesse do produtor, o povo estaria pagando pelo menos 30% a menos pelo quilo da carne”, disse o superintendente da Acrimat.