Juízes do trabalho paralisam atividades nesta quarta-feira em todo Brasil
Os 76 juízes do trabalho de Mato Grosso paralisarão as atividades por 24 horas nesta quarta-feira (30/11), seguindo uma mobilização nacional que atingirá 3,6 mil juízes trabalhistas e suspenderá cerca de 20 mil audiências em todo o país. No Estado, as audiências previstas para a data serão remarcadas, mas será mantido plantão para atendimento a casos de urgência. Juízes federais também anunciaram adesão à paralisação. Um ato público será realizado às 11h de hoje, no Plenário II do Tribunal Regional do Trabalho – TRT 23ª Região. Os magistrados reivindicam mais segurança para trabalhar, a recomposição das perdas inflacionárias de seus vencimentos e uma política previdenciária adequada.
De acordo com o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 23ª Região (Anamatra 23), Ivan Tessaro, esta é a primeira vez na história que os juízes trabalhistas resolvem cruzar os braços em protesto contra a política salarial do governo federal que acumula perdas inflacionárias à categoria desde 2006, quando foi definido o teto máximo do serviço público. As perdas chegam a 22%, porém o governo só acenou 5% de recomposição. “Também necessitamos de mais segurança no exercício das funções, hoje muitos de nós sofrem ameaças constantemente e são submetidos ao estresse de cumprir seu dever constitucional mesmo sob risco de sua segurança própria e da família”.
Os magistrados também chamam atenção para o sistema de saúde da classe, que não previne os agravos à saúde física e mental, nem prevê proteção previdenciária adequada. Recente pesquisa realizada pela Associação Nacional de Magistrados do Trabalho (Anamatra) revela que estes profissionais têm apresentado percentual maior de adoecimento em comparação com o conjunto da sociedade, sendo extremamente elevadas as ocorrências de doenças físicas e psíquicas que os acometem. A paralisação foi decidida durante assembleia da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), é uma iniciativa em conjunto com Anamatra. Conta ainda com o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam), que reúnem juízes estaduais.