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CIDADANIA
Sábado - 14 de Maio de 2011 às 18:19
Por: Graciele Leite

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Aproximadamente 1.000 pessoas receberam neste sábado (14/05) atendimento gratuito de médicos oftalmologistas durante a 8ª Campanha de Prevenção ao Glaucoma, realizada pela Associação Mato-Grossense de Oftalmologia (AMO), na Capital. A ação foi realizada no Hospital Universitário Júlio Muller e mobilizou a população de Cuiabá e Várzea Grande, que lotou a instituição hospital para fazer o exame preventivo da doença, considerada a maior causa de cegueira no mundo.

Há mais de 10 anos sem ir ao oftalmologista, Edna Maria Araújo, 53 anos, descobriu que é hora de cuidar mais da saúde dos olhos. Diagnosticada com a pressão ocular alta, ela foi encaminhada para tratamento na rede pública de saúde porque corre risco de contrair o glaucoma. “Eu nunca senti nada, achava que não precisava ir ao médico. Mas vi na TV sobre a campanha e resolvi vir aqui. Ainda bem que tomei esta decisão. Foi muito importante, porque os médicos detectaram um problema e agora vou tratar antes que fique grave”.

Dentre os 1.000 exames realizados, o caso da dona Edna é um dos 69 diagnósticos que apresentaram alterações na pressão ocular e no nervo ótico, o que alerta para a incidência ou riscos de se contrair o glaucoma. E, como ela, os doentes não apresentam sintomas, podendo perder até 60% da capacidade de enxergar sem perceber qualquer mudança negativa na visão. “É muito importante que a população saiba dos riscos do glaucoma, pois se trata de uma doença silenciosa, que não se manifesta até estágios mais avançados. A maioria das pessoas acometidas nem sabem que estão doentes, por isso a importância do exame médico preventivo para evitar a cegueira irreversível”, explica o presidente da AMO, Maurício Donatti.

Todas as pessoas que receberam diagnóstico de alteração na pressão ocular ou no nervo ótico foram orientadas a buscar atendimento na rede pública de saúde. A ação integra uma iniciativa que engloba várias ações realizadas no país em celebração ao Dia Nacional de Combate ao Glaucoma (26 de maio). Aqui, o atendimento ocorreu para pessoas com mais de 35 anos, público-alvo da campanha por ser a faixa etária de maior incidência da doença. A população começou a chegar de madrugada no Júlio Muller e, desde o início da manhã, a fila já formava um caracol dentro do hospital e se estendia de uma entrada a outra do local.

Alzira Rita de Sousa, 36 anos, era uma destas pessoas. “Graças a Deus não tenho nada. Os médicos disseram que minha visão está bem. Eu estava preocupada, pois na minha família há casos de glaucoma. Agora é fazer o exame todo ano para me prevenir”. Alzira e a mãe Inácia Pereira de Sousa, 56 anos, ambas de Várzea Grande, contam que valeu a pena sair da cidade vizinha para participar da ação. “Minha pressão do olho está normal, mas agora vou ao oftalmologista com frequência para não correr risco de ficar doente. Os organizadores estão de parabéns. O atendimento foi ótimo e todos foram muito atenciosos com a gente”.

Maurício Donatti comemora o sucesso da campanha e reforça que a entidade atingiu seus objetivos. “Estamos muito felizes porque a população entendeu a importância da prevenção e veio até o Júlio Muller para fazer o exame. Atingimos nossa meta de público e todas as pessoas que vieram conseguiram ser atendidas. Também oferecemos orientação sobre o glaucoma e distribuímos material informativo. Muito obrigado a todos que estiveram envolvidos na ação. Sem o apoio de cada um, não teríamos alcançado este resultado tão bom”.

Donatti reforça que o resultado da campanha demonstra, ainda, o engajamento da classe de médicos oftalmologistas, que, conscientes do papel social da medicina, estão comprometidos em esclarecer e contribuir para a promoção da saúde da população. “Ainda bem que há ações como esta para conscientizar as pessoas sobre o perigo desta doença. Agora estou muito mais atenta à importância de se prevenir o glaucoma”, destacou Leni Setubal Teixeira, 58 anos. É o que diz também Izabel dos Santos Silva, 50 anos. “Esta campanha é muito importante, pois o glaucoma é uma doença silenciosa e quando a gente descobre é tarde demais, já está perdendo a visão”.

A ação contou com aproximadamente 50 voluntários, entre médicos oftalmologistas, auxiliares de enfermagem, funcionários do Júlio Muller e estudantes de medicina e enfermagem. Além disso, projeto recebeu patrocínio e/ou apoio das seguintes empresas e instituições: Laboratórios Alcon, Latinofarma, Germed, Allergan, Unimed-Cuiabá, Ótica Diniz, Centro de Especialidades Médicas, Hospital de Olhos de Cuiabá, Instituto Lions da Visão e Hospital Universitário Júlio Muller.

GLAUCOMA – É uma doença que danifica o nervo ótico, diminuindo gradativamente a visão periférica das pessoas doentes, até chegar à cegueira. O principal fator de risco é a pressão dos olhos e o nervo ótico é a parte do olho afetada pela doença. A detecção precoce na população pode prevenir a lesão do nervo e evitar a cegueira. Outros fatores de risco são: idade acima de 40 anos, raça negra, miopia acima de seis graus, diabetes e pacientes com doenças oculares.

Por ser uma doença com componente hereditário e que ainda não teve as causas totalmente descobertas, não há como evitar a incidência. “O que é possível é detectar precocemente as pessoas que têm a doença e, com o tratamento, evitar a progressão para fases mais avançadas, e, consequentemente, a cegueira”, explica Donatti. Ele lembra que, neste contexto, o glaucoma é semelhante ao diabetes e hipertensão arterial sistêmica, que são também doenças silenciosas, bastante prevalentes e com alta morbidade. Para saber mais sobre a doença (riscos, diagnóstico, incidência, tratamento, sintomas e outros) acesse www.abrag.com.br.





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