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COPA DO MUNDO 2014
Terça - 19 de Abril de 2011 às 14:39
Por: Daniela Martins - Brasília

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Senador Álvaro Dias, líder do PSDB no senado.
Senador Álvaro Dias, líder do PSDB no senado.
Devido aos problemas para tocar as obras de infraestrutura essenciais para sediar a Copa de 2014, o senador Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, sugeriu que o país adote uma posição radical e desista de sediar o evento esportivo.

"Diante dessa situação, seria melhor o governo brasileiro pedir desculpas para a Fifa e abrir mão de realizar a Copa do Mundo, a continuar nesse ritmo."

Dias comentou estudo estudo divulgado ontem pelo Ipea, apontando que nove aeroportos do Mundial não devem estar prontos a tempo para a competição. "A preocupação é dos brasileiros que usam os aeroportos. Hoje mesmo há caos em várias localidades e nós presenciamos isso todas as semanas. Caos aéreo no Brasil é uma realidade. O país está atrasado e não é em função da Copa do Mundo."

"O governo tem sido incompetente e teimoso. Não aplica sequer os recursos designados do orçamento", falou.

Gargalo nos terminais de passageiros
O estudo do Ipea aponta que o grande problema do transporte aéreo no país está nos terminais. Hoje, 17 dos 20 aeroportos brasileiros já estão trabalhando com volume de passageiros acima do limite operacional, que é de 80% da sua capacidade. Para Carlos Campos, técnico de pesquisa do Ipea, existe tempo hábil para investimento em pistas, pátios e terminais provisórios até 2014. Caso contrário, a situação seria ainda pior durante a realização dos jogos.

O estudo mostra que há problemas nos projetos dos aeroportos. Isso porque mesmo com as obras previstas para 2014, 10 dos 13 terminais ainda continuarão operando acima da capacidade.

É o caso de Fortaleza, Guarulhos, Brasília, Salvador, Cuiabá, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Natal e Recife. A previsão do crescimento da demanda, segundo o Ipea, é de 10% ao ano.

Muita demanda, pouco investimento
Outro dado apresentado no estudo é que o investimento a ser feito nos próximos três anos visando a realização dos jogos não é muito maior que a já feita no setor. Nos útimos oito anos, a média anual de investimento era de R$ 1,1 bilhão. Até 2014, essa média será de R$ 1,4 bi.

Campos destacou que o mais preocupante nessa conta é que nos últimos oito anos apenas 44% do previsto no orçamento foi gasto nos aeroportos. Se essa tendência continuar, o Brasil vai investir cerca de R$ 2 bilhões de um total de mais de R$ 5,5 bilhões disponíveis para as obras. "Os investimentos são insuficientes para o crescimento da demanda e existe grande possibilidade de não serem executados", afirmou o pesquisador.

O especialista sugeriu a adoção de um plano B para evitar um apagão aéreo. "Não precisamos aguardar até 2014 para ver que o sistema aéreo tem problemas. Daqui para 2014 existem algumas medidas operacionais, como alteração de horários de voos, que somadas aos terminais provisórios, permitem que o tráfego aconteça", disse. No entanto, Campos destacou que não se pode deixar que as estruturas construídas para solucionar o problema temporariamente virem definitivas. "Muitas vezes o "P" de provisório é igual ao "P" de permanente", destacou.

Parceria privada não é solução
Carlos Campos também afirmou que não há tempo para entrada das empresas privadas na administração aeroportuária. "A tomada de decisão de se que vai abrir o setor aeroportuário não significa que o problema vai estar resolvido no dia seguinte."

O novo presidente da Infraero, Gustavo do Vale, também já adiantou que esse processo levaria cerca de três anos --e não seria a solução até a Copa de 2014. Além disso, explica o pesquisador do Ipea, os espaços dos aeroportos, hoje, são propriedade da União. Levaria tempo também para desvincular esses prédios da administração pública e colocá-los à disposição de empresas privadas.






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