Treinador pede demissão e deixa o time após 54 partidas
Muricy Ramalho deixa o Fluminense
Muricy Ramalho não é mais o técnico do Fluminense. Insatisfeito com a estrutura do clube, ele assinou a rescisão de contrato no sábado e aguardou apenas o fim do clássico contra o Flamengo, neste domingo, para comunicar a sua decisão. Ele se despediu dos jogadores no vestiário e deixou o Engenhão sem dar entrevista. A explicação para a saída chegou por meio de uma nota de sua assessoria de imprensa:
- Tomei esta decisão há alguns dias, mas, devido ao clássico de hoje, achei correto esperar o jogo. Quando cheguei ao clube, foram prometidas duas condições: uma equipe para ser campeã e a melhoria na estrutura física do clube. A primeira foi conquistada com o título do Campeonato Brasileiro de 2010, e a segunda, a melhoria na estrutura, não foi realizada. Quero muito agradecer a todos que trabalharam comigo durante esse período e dizer que meu ciclo foi encerrado no clube. Quero agradecer também a Unimed, através de seu presidente Celso Barros, parceiro em todos os momentos, pelo apoio recebido durante todo o meu trabalho, e ao Alcides Antunes, que batalhou junto. O agradecimento especial é para a torcida do Fluminense pelo total apoio enquanto comandei o time. Desejo muito sorte e sucesso à diretoria, à equipe, aos funcionários e à torcida.
O treinador, que tinha contrato até 2012 e sempre elogiou a pouca interferência da política no futebol, estava insatisfeito com o vazamento de notícias nos últimos dias e com a instabilidade no clube. Recentemente, rumores davam conta de que ele teria brigado com Alcides Antunes e que os dois sequer se falavam. Muricy sempre fez questão de negar e elogiar o dirigente.
Outro ponto que incomoda o técnico é a demora para iniciar a construção de um centro de treinamento. Ele nunca fez questão de esconder a insatisfação com o gramado das Laranjeiras. Durante a semana, ao comentar a possibilidade de escalar Emerson desde o início no clássico, classificou o campo como ruim.
Muricy Ramalho chegou ao clube em abril do ano passado na vaga de Cuca. Estreou em uma derrota por 3 a 2 para o Grêmio, no Maracanã, pela Copa do Brasil. E acumulou 28 vitórias, 15 empates e 11 derrotas em 54 partidas.
Um dos capítulos mais marcantes do treinador no Fluminense foi a recusa ao convite da Seleção Brasileira, em agosto. Sem a liberação dos cartolas tricolores, disse não ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira. No fim do ano, conquistou o título do Campeonato Brasileiro, pela quarta vez na carreira, e tirou o Flu de uma fila de 26 anos de espera.
O treinador comandou o Fluminense em 54 jogos, com 28 vitórias, 15 empates e 11 derrotas. A estreia ocorreu no dia 29 de abril de 2010, quando o clube carioca foi derrotado por 3 a 2 para o Grêmio, no Maracanã, pela Copa do Brasil.