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EMPREGO
Domingo - 06 de Março de 2011 às 08:46
Por: Neusa Baptista

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Na construção civil, por exemplo, as mulheres estão sendo requisitadas principalmente nas áreas de acabamento.
Na construção civil, por exemplo, as mulheres estão sendo requisitadas principalmente nas áreas de acabamento.
Indústria da construção civil, cerâmica, madeira. Áreas que parecem não combinar com a ‘fragilidade’ feminina, mas que sofrem sua influência devido à entrada expressiva da mulher neste nicho de mercado. É o que aponta um levantamento feito junto à Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado de Mato Grosso (FETIEMT). Com 16 sindicatos filiados, a entidade aponta um crescimento no ingresso das mulheres na indústria principalmente à partir de 2010, quando a renda geral do trabalhador melhorou. “Isso pode ser uma conseqüência da melhoria de renda, que permitiu à mulher carente mais inserção no mercado de trabalho, ocupando cargos na linha de produção da indústria”, comentou Ronei de Lima, presidente da FETIEMT. Para ele, a presença da mulher em serviços pesados como a produção de cerâmica mostra, por outro lado, uma contradição, pois não se observa o mesmo nível de participação quando se trata de cargos de chefia.

Na construção civil, por exemplo, as mulheres estão sendo requisitadas principalmente nas áreas de acabamento, fazendo rejunte de azulejos. Até mesmo na área madeireira, elas estão mais presentes no ‘chão de fábrica’. Na indústria do plástico, as mulheres são 25% dos cerca de dois mil trabalhadores do Estado, ocupando cargos como auxiliar de produção, operador de máquina de corte e solda, sacoleira e também na reciclagem de garrafas PET.

Mas em nenhuma área da indústria as mulheres estão tão bem representadas quanto na do vestuário, já que são maioria entre as empregadas e entre as empregadoras. Cerca de 90% das donas de confecções são mulheres e 80% da força de trabalho também é feminina. Ao todo, mil trabalhadoras têm carteira assinada, mas elas contam cerca de duas mil em todo o Estado, somando-se aí as que trabalham como terceirizadas.

Um dado preocupante é o número de mulheres que sofrem de doenças ocupacionais, tais como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER), que atingem mais da metade das trabalhadoras na indústria de Mato Grosso. Outro problema grave é a carga horária excessiva de trabalho a que são submetidas. No vestuário, é crítico período pré-carnaval e a volta às aulas, quando a demanda por uniformes escolares e abadás cresce, e a pressão sobre as costureiras leva muitas à doença pelo excesso de trabalho. Uma grande parte delas, que são contratadas temporárias para cumprir a demanda deste período, não têm acesso aos benefícios trabalhistas, pois não chegam a estabelecer vínculo empregatício. “Vivemos em Mato Grosso a expectativa de geração de empregos e renda por meio da vinda de novas empresas do setor de vestuário para a Capital, mas muito ainda precisa ser feito para garantir que este trabalho também signifique dignidade para a mulher”, opinou a presidente do sindicato dos trabalhadores do vestuário, Claudete Azevedo.

Claudete também coordena a Secretaria da Mulher da FETIEMT, a qual se preocupa principalmente em combater as doenças ocupacionais e difundir informações sobre o assédio moral e sexual, que tem como vítimas preferenciais as mulheres. As atividades de formação e fiscalização acontecem diariamente, diretamente nas empresas, onde as mulheres também são orientadas sobre seus direitos e convocadas a se filiar e participar de seu sindicato.




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