Maracanã: Projetos insuficientes e alerta do BNDES
Principal candidato à final da Copa do Mundo de 2014, o estádio do Maracanã pode ficar sem recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a reforma visando ao Mundial.
O alerta partiu do diretor de Inclusão Social do banco, Élvio Gaspar, duas semanas depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) ter detectado irregularidades no edital do estádio.
"Não se trata de um risco à execução das obras do Maracanã, mas sim do risco de o BNDES não participar, o que vai talvez apertar um pouco as contas do governo do estado. Este seria o pior cenário", disse Gaspar ontem (23) em evento no Rio de Janeiro.
Para reformar o Maracanã, o governo fluminense pretende captar R$ 400 milhões do BNDES, que abriu linha de crédito para as arenas da Copa. No total, a obra do estádio carioca está orçada em R$ 705 milhões –mas pode passar de R$ 1 bilhão caso seja comprovado deterioramento da estrutura.
Para o TCU, é insuficiente o número de plantas apresentadas para a licitação do estádio carioca (vencida por Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta), o que torna o orçamento “mera peça de ficção”.
Cuidado
Além dos problemas no Rio de Janeiro, Élvio Gaspar considera que a situação dos estádios de Natal e São Paulo também “inspiram cuidado”. “Natal ainda vai fazer a licitação e São Paulo ainda não tem os recursos para ampliar a capacidade em 20 mil."
Na capital paulista, o Corinthians ainda busca investidores para ampliar a estrutura do estádio de Itaquera de 48 mil para 65 mil lugares –mínimo exigido para jogos de destaque na Copa. O valor subiria de cerca de R$ 350 milhões para algo próximo dos R$ 600 milhões, segundo o clube.
Natal, por seu turno, tentará licitar o Estádio das Dunas em 2 de março próximo, depois de uma tentativa frustrada em novembro passado, na qual não apareceram interessados. Para atrair empresas para uma parceria público-privada, o governo potiguar teve que aumentar as garantias do negócio, orçado em R$ 400 milhões.
Estádios da Copa
O BNDES já aprovou financiamento para quatro estádios da Copa: Arena Amazônia (Manaus), Arena Fonte Nova (Salvador), Castelão (Fortaleza) e Arena Pantanal (Cuiabá).
O financiamento é de R$ 400 milhões por arena, até um teto de 75% da obra. O banco cobra Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), em torno de 6% ao ano, mais 0,9% anual de remuneração e até 3,57% ao ano de risco de crédito.
