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TRÂNSITO
Segunda - 20 de Dezembro de 2010 às 16:48

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As vítimas de acidentes somaram 35.646 atendimentos do total de 39.665 registros de pessoas acolhidas em serviços sentinelas de urgência e emergência no Brasil. Isso representou 89,9% dos atendimentos identificados pelo Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da Saúde. Constam do levantamento informações coletadas 74 serviços de saúde de 23 capitais e Distrito Federal (lista abaixo), entre setembro e novembro de 2009.

Os homens foram que mais necessitaram de atendimento por conta de acidentes, com 23.082 registros (64,8% do total). Para o sexo feminino, o número e a proporção caíram quase pela metade – 12.515 (35,2%). Quarenta e nove pessoas (0,1%) não tiveram o registro do sexo.

Entre os homens, as duas principais causas de acidentes foram as quedas (31,8%) e os acidentes de transporte (29,6%). Essas causas se repetem na mesma ordem para o sexo feminino, com 45% e 20,5%, respectivamente. Pessoas de 20 a 29 foram as que mais procuraram atendimento, com 22,9% do total de vítimas de acidentes.

TIPOS DE ACIDENTES – A análise dos dados mostra que as principais causas de acidentes identificadas pelo VIVA foram as quedas (36,5%) e os acidentes de trânsito (26,4%). Também entraram no levantamento os ferimentos com objetos que cortam ou perfuram (7,2%), choque contra pessoa ou objeto (6,5%), lesões ou torções (4,7%), além de acidentes envolvendo penetração, ingestão ou inalação de corpo estranho (4,5%). Houve, ainda, registros de acidentes com objetos que caíram em cima da vítima (3,7%), acidentes com animais (3,2%) e queimaduras (2,2%).

Atendimentos de emergência provocados por sufocação, afogamento, envenenamento, acidentes com arma de fogo e situações não especificadas foram incluídas na categoria “outros” e representaram apenas 3,6% do total de pessoas atendidas e participantes da pesquisa. Do total de atendimentos por acidentes, 23,5% foram relacionados ao trabalho, sendo 14,2% em mulheres e 28,7% em homens.

De acordo com a coordenadora da área de Vigilância e Prevenção de Acidentes e Violências do Departamento de Análise de Situação de Saúde (Dasis), Marta Silva, as quedas podem ser evitadas com cuidados que variam conforme o grupo etário. “As crianças, por exemplo, devem ficar sob a supervisão dos adultos, sejam os pais ou responsáveis. Nas residências, deve haver proteção de móveis, telas em janelas e varandas, uso de tapetes antideslizantes, cercadinhos, e demais mecanismos de segurança”, explica.

Quanto aos idosos, também vulneráveis às quedas, a recomendação é adaptar banheiros, retirar tapetes, usar assentos adaptados para banho, corrimãos, suportes para auxílio no acesso ao banheiro e cama. Para a população em geral, deve haver nivelamento de calçadas, sinalização de obras e proteção de bueiros.

BEBIDA ALCOÓLICA – Realizado desde 2006, esta edição do VIVA também apurou se os indivíduos que procuraram atendimento haviam ingerido bebida alcoólica – um hábito mais frequente em homens e que é um importante fator de risco para acidentes, especialmente os acidentes de trânsito e as violências.

Pela primeira vez, o questionamento foi feito diretamente aos pacientes. Antes, era anotada somente a suspeita do entrevistador de que a pessoa atendida apresentava indícios de ingestão de bebida alcoólica, tais como o hálito forte e dificuldade para articular palavras.

Em 8,1% dos casos, as pessoas estavam alcoolizadas e em 6,7% houve suspeita de terem bebido. Entre os homens, o percentual sobe para 10,6% entre os que declararam ter bebido antes do acidente e 8,9% foram classificados como suspeitos. Para as mulheres, os percentuais caem para 2,7% e 3,7%, respectivamente.

RAÇA E COR – Em 51,4% dos casos, as vítimas declararam ser da cor parda; 26,2% se disseram brancos e 17,8%, pretos. Quanto à escolaridade, 30,2% das pessoas declararam ter entre 5 e 8 anos de estudo.

PERÍODO – De acordo com o VIVA, os acidentes foram mais frequentes durante o dia. No entanto, há variações, como o aumento de registros a partir das 6h, com pico por volta das 12h. No período da tarde, verifica-se redução, mas com aumento gradual e pico por volta das 18h, coincidindo com o retorno do trabalho para casa. Do total dos atendimentos, 26% foram realizados pela manhã, 36% à tarde e 38% à noite.
LOCAL DO ACIDENTE – O local mais comum do acidente foi a residência (37,7%). Em seguida, vêm as vias públicas, como ruas e praças (35,5%). Entre as mulheres, 51% dos acidentes ocorreram na própria casa e 31,4% em vias públicas. Entre os homens, a situação se inverte: 37,7% dos acidentes ocorrem nas ruas e 30,3% no ambiente doméstico. Quanto ao tipo de lesão sofrida, no geral, as principais foram corte ou laceração (28,4%), torções ou luxação (19,5%) e contusão (18,1%).

TRANSPORTE – O veículo particular (37,5%), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência/SAMU (14%) e as ambulâncias (14%) foram os meios de locomoção mais utilizados pelos acidentados para chegar ao hospital. Depois destes, vêm o transporte coletivo (12%) e as viaturas policiais (10,1%).

 

 






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