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Sexta - 22 de Outubro de 2010 às 15:38

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O Censo vai traçar um perfil detalhado da pesca em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
O Censo vai traçar um perfil detalhado da pesca em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

O Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP) e suas instituições parceiras já deram início às atividades do Censo Estrutural da Pesca em Mato Grosso.  O trabalho vai envolver toda a Bacia do Alto Paraguai e também está sendo realizado em Mato Grosso do Sul.  As informações vão contribuir para a criação do Sistema de Monitoramento de Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura.   “Há grandes lacunas de informação sobre a cadeia da pesca, pois o setor ainda é muito marcado pela informalidade.  Temos que conhecer a situação real de quem vive da pesca para que o sistema tenha relevância social, econômica e ambiental”, explica o Professor Paulo Teixeira de Sousa Jr., pesquisador sênior do CPP.

Em Mato Grosso, o Censo será realizado nos municípios de Cuiabá, Barra do Bugres, Barão de Melgaço, Cáceres, Poconé, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Antonio de Leverger, Várzea Grande.   O trabalho será feito em parceria com a Federação de Pescadores e o treinamento será realizado em Cuiabá, entre 14 e 16 de outubro, no Hotel Fazenda Mato Grosso. “Vamos treinar moradores das próprias comunidades. Temos como meta entrevistar pelo menos 80% dos pescadores e atingir até mesmo as regiões pesqueiras mais distantes desses municípios”, adianta Lúcia Mateus, coordenadora técnica da pesquisa no estado. Ela lembra que outros profissionais ligados à atividade, como os catadores de isca, também serão entrevistados.

“Queremos saber onde eles pescam, para quem vendem os peixes, em que região encontram cada espécie, quais são os tipos de peixe mais comercializados.  Vamos contemplar cada aspecto da cadeia”, ressalta Lúcia Mateus.   Para garantir a participação maciça dos profissionais, o censo vai seguir o modelo do IBGE: todo o conteúdo das entrevistas será confidencial.  “Nós sabemos que a pesca produz mais postos de trabalho e renda do que se sabe. É um segmento que está muito desarticulado. Os pescadores e os catadores de iscas se intimidam pelo excesso de regras e acabam omitindo informações”, conta Agostinho Catella, pesquisador da Embrapa Pantanal, que coordena o censo em Mato Grosso do Sul.

As informações do censo vão contribuir para a criação de políticas públicas mais sintonizadas com as necessidades de quem vive da pesca.  “A partir daí, também poderemos apontar caminhos para que a atividade seja feita de forma mais sustentável”, ressalta Lúcia Mateus.  A pesquisadora explica que as informações vão mostrar a situação dos estoques pesqueiros em toda a Bacia do Alto Paraguai.   “Se você sabe onde estão os peixes fica mais fácil definir uma estratégia de manejo eficiente”, diz.  Os pescadores acompanham a produção natural dos peixes e acabam fazendo um monitoramento ambiental, que mostra de onde vem cada espécie. “O que eles têm a nos dizer é muito importante para visualizarmos se está havendo algum desequilíbrio e entender como a reprodução dos peixes está acontecendo. Será uma oportunidade única de conciliarmos preservação ambiental e com o desenvolvimento da atividade humana”.

 






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