População aposta no turismo para alavancar economia local
Quem chega a Curvelândia e procura se informar sobre um local com boa comida caseira, a resposta é certa: o restaurante da Maria do Melão. Uma senhora simpática, que oferece em seu cardápio almoço e lanches, como o famoso pastel. Há um ano e seis meses ela abriu o estabelecimento e tem clientela garantida.
De família de vendedores de melão, há 22 anos morando no município, ela conta que saía pela cidade com uma bicicleta vendendo e entregando a fruta nas casas, daí o seu apelido.
Desde então passou ser muito conhecida na localidade, onde encontrou tranquilidade. “Daqui eu não saio. A gente tem uma vida tranqüila e rios com águas transparentes, longe da agitação da cidade grande”, conta de forma tímida, sem muito rodeio.
Ela lembrou que antigamente a cidade não possuía Posto de Saúde, havia apenas um posto de gasolina e hoje já conta com vários laticínios dos produtores rurais, escolas boas e estruturadas com computador.
Maria do Melão é uma entre tantos outros moradores de Curvelândia que apostam no turismo para alavancar seu negócio. “Aqui o turismo ainda é razoável, mas daqui pra frente tenho certeza que as coisas vão melhorar”, previu.
PERTO DA CAVERNA
O ‘guardião’ da Caverna do Jabuti, seo Mauro Francisco Moura, recebeu esse apelido por ter um sítio a poucos metros da entrada da caverna. É ali que ele cuida da terra, das suas pequenas plantações. Numa conversa informal, sentado numa rede, ele falou que há três anos ‘cuida’ do local, respeitando o direito de cada um. Sua missão, por assim dizer, é controlar a entrada de pessoas, já que a caverna ainda não é aberta para receber turistas e só pode ser visitada com autorização e acompanhamento da chefe do Parque da Caverna, Fabiana Bezerra. “Temos um grande interesse em divulgar essa enorme beleza porque é uma forma do local ser melhor tratado, de receber mais investimentos para os estudos”, disse ao revelar que seu sonho é ver a caverna aberta para oportunizar mais emprego e renda para todos da região.
Lenine Martins/Secom-MT
Mauro Francisco Moura, guardião da Caverna do Jabuti, em Curvelândia, Oeste de Mato Grosso
Também é praticamente impossível visitar a caverna do Jabuti em Curvelândia e não passar pelo Balneário do Marquioreto – Lago Azul. O local fica no município de Mirassol D’Oeste, mas a proximidade de Curvelândia, apenas 18 Km, coloca o empreendimento como uma das opções turísticas da região. É roteiro certo de muitos que buscam um lugar paradisíaco e tranquilo, que oferece comida caseira às margens de um belíssimo lago de água cristalina que, refletida sob o céu, transpõe o tom de azul que se desfaz aos poucos com os pequeninos peixes que, como numa espécie de sincronismo, saltam e são vistos a olho nu.
O balneário recebe visitantes de cidades vizinhas e deve ser incluído na Rota das Águas pelo seu potencial turístico e de lazer, principalmente pela grande procura nos fins de semana e feriados.
É difícil não notar a cordialidade e a hospitalidade do casal Dona Maria e seo Irineu de Oliveira, proprietários do local, que fazem com que os visitantes realmente se sintam em casa e desfrutem de momentos agradáveis, que deixam aquele gostinho de ‘quero mais’.
UM LUGAR PARA VIVER
Uma história de paixão a primeira vista pelas terras e belezas mato-grossenses. Assim a relações públicas Débora Moreira Mazurkiewicz definiu sua vida depois que conheceu Curvelândia. Ela é brasileira, casada com italiano e já morou nas maiores capitais do mundo. A convite de uma amiga que mora no município, Débora e o marido resolveram passar as férias em Mato Grosso, trocando as praias do nordeste pela pequena cidade no interior do Estado. “Nos apaixonamos por esse lugar. Compramos terra e construímos nossa casa. As paredes estão rebocadas, o chão é de cimento, não temos sala, mas temos coqueiro, pássaros, que meu marido alimenta todo dia. Encontramos aqui a felicidade”.
Lenine Martins/Secom-MT
Débora Moreira Mazurkiewicz, que trocou a Itália por Curvelândia, Oeste de Mato Grosso
A família do marido de Débora possui no exterior fábricas de piscina e uniformes. Depois de conhecer Curvelândia, voltaram para Itália e pediram as contas em seus respectivos empregos. Hoje ele trabalha como ajudante, perfurando poços artesianos e adora o trabalho braçal, o sol de Mato Grosso. “Hoje pegamos as bicicletas e saímos explorando a cidade. Achamos rios, córregos, famílias de macacos, minas d’água. Essa é a razão da felicidade do meu marido”.
Por trocar o exterior pelo interior de Mato Grosso é que ela acredita no potencial desse município, desconhecido por muitos que moram em outras cidades desse mesmo Estado. Ela acredita que as ações em torno do turismo conscientizam e sensibilizam a todos para a importância do setor como instrumento de desenvolvimento econômico e social.
É unânime entre as cinco cidades que compõem a Rota das Águas que a atividade turística, além de ser rentável e promissora economicamente aos municípios, proporciona opções e contribuições para uma relação mais harmoniosa e responsável dentro do meio ambiente.