EUA lembram 11 de setembro em meio à polêmica sobre religião
Em meio à ameaça feita por uma pastor de queimar o Alcorão, os Estados Unidos preparam uma série de eventos este sábado para marcar o aniversário de nove anos dos ataques de 11 de setembro de 2001.
O presidente americano, Barack Obama, atenderá uma cerimônia no Pentágono e sua esposa, Michelle, participará de um evento ao lado da ex-primeira dama Laura Bush na Pensilvânia. Ambos os locais foram alvos dos ataques atribuídos à rede Al Qaeda.
O vice-presidente, Joe Biden, estará em Nova York, onde os nomes das vítimas que morreram nas torres gêmeas do World Trade Center vão ser lidos.
Quatro aviões foram sequestrados na manhã de 11 de setembro de 2001 nos EUA por 19 militantes em ataques que mataram quase três mil pessoas.
Controverso
A correspondente da BBC em Nova York Laura Trevelyan diz que este deve ser o aniversário mais polêmico dos ataques.
Após as celebrações oficiais, devem ocorrer manifestações a favor e contra os planos de construção de uma mesquita e um centro de atividades islâmicas nas proximidades do local do ataque em Nova York.
A manifestação contrária aos planos de construção deve ser atendida por políticos ligados ao partido Republicano e a administração anterior, de George W. Bush.
A jornalista afirma que ambos os lados pretendem usar a emoção para realçar seus argumentos.
Alguns parentes de vítimas do ataque manifestaram-se contra os planos enquanto outros o defendem como um símbolo do compromisso americano com a liberdade de expressão.
O pastor
Terry Jones, o pastor de uma pequena igreja da Flórida que ganhou manchetes em todo o mundo após anunciar planos para queimar um exemplar do Alcorão, viajou para Nova York.
Ele deixou em suspenso a ameaça de queima, afirmando que se encontraria com o clérigo responsável pela construção da mesquita, Feisal Abdul Rauf, para discutir o assunto.
Rauf disse estar aberto a "considerar o dialogo com qualquer um seriamente comprometido com a paz", mas disse não ter planos de se encontrar com Jones.
Obama e outras autoridades americanas já manifestaram-se contra os planos do pastor, afirmando que queimar o livro sagrado muçulmano colocaria vidas de americanos no exterior, especialmente militares, em risco.
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