Secretária de meio ambiente de Marcelândia, Sirlene Juliane, e prefeito ressaltaram atuação da Defesa Civil
A cidade de Marcelândia (710 km ao Norte de Cuiabá) foi atingida, na semana passada, por um dos maiores desastres ambientais da história do município nos 24 anos de emancipação. Um incêndio devastou 80% do parque industrial, deixou 96 famílias sem casas, um rastro de destruição e desempregados. Vivendo agora a fase de reconstrução, o prefeito Adalberto Diamante e a secretária municipal de Meio Ambiente e Educação, Sirlene Juliane, fizeram questão de ressaltar o resultado da atuação da Defesa Civil do Estado.“Eles organizaram a tragédia, temos que reconhecer a atuação da Defesa Civil foi determinante para que tivéssemos organizados hoje”, afirmou o prefeito.
O fogo começou no fim da manhã de quarta-feira (11.08), mas a ocorrência chegou nos órgãos responsáveis por volta das 14h, quando atingiu o perímetro urbano, imediatamente o caso começou a ser acompanhado pela sala de situação do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman), localizada na sede da Superintendência da Defesa Civil Estadual, em Cuiabá. O superintendente da Defesa Civil, major Agnaldo Pereira explicou que a partir do registro da ocorrência um gabinete gestor de crise passou a coordenar os trabalhos no local, por meio de rádio e telefone.
A tripulação do helicóptero do Ciopaer chegou duas horas depois e junto com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil coordenaram a ação de combate ao fogo e o atendimento às vítimas. De acordo com o piloto-comandante e coordenador de Operações Aéreas, Heverton Mourett, a sala de situação passou a ser abastecida por informações, inclusive com fotos do local. “Quando nós chegamos aqui ouvimos das pessoas (funcionários, brigadistas e moradores) que trabalhavam para conter o fogo: ‘graças a Deus vocês chegaram”, comentou o piloto comandante.
A Defesa Civil foi responsável por acompanhar o município na elaboração do decreto de situação de emergência. O coordenador de Resposta a Desastres e Reconstrução da Defesa Civil de Mato Grosso, major Elton Guilherme Crisóstomo, chegou rápido, conduziu os trabalhos e pôde orientar a administração municipal nas ações necessárias para amenizar a situação e evitar um caos na cidade afetada pelo fogo. “No começo da tarde o Governo do Estado já estava presente e isso nos deixou mais seguros. Depois na distribuição dos donativos, que foi um volume extraordinário, sem eles nós não conseguiríamos fazer. Conseguir documentos para a situação de emergência, não temos palavra pelo que fizeram e ainda continuam fazendo, não parou, eles deixaram a casa organizada”, disse a secretária de Meio Ambiente, que foi uma das responsáveis por parte da administração municipal de coordenar a ação.
Em uma semana a vida está retornando ao normal, a rotina é retomada e medidas são tomadas pelo Poder Público para que as empresas e famílias atingidas consigam reconstruir a vida. “Sem o apoio do Governo nós não teríamos controlado de forma eficiente como fizemos”, disse o prefeito de Marcelândia.
CIMAM – O Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman) é composto pelo Governo do Estado, por intermédio da Superintendência de Defesa Civil da Casa Militar, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e do Corpo de Bombeiros Militar. Pelo Governo Federal, por meio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama/Prevfogo) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Os órgãos envolvidos no Ciman compartilham informações e ações de acordo com as competências e particularidades de cada órgão. O objetivo é dar maior agilidade e eficiência às ações de redução da vulnerabilidade social, frente aos danos econômicos, ambientais e sociais, relacionados aos efeitos das queimadas e dos incêndios florestais.
De Marcelândia a equipe da Defesa Civil seguiu para o município de Peixoto de Azevedo, no Norte de Mato Grosso. Lá, os focos de incêndio atingiram a zona rural e matas da região.
PREVENÇÃO – Apesar de ter sido palco de uma tragédia ambiental provocada pelo fogo, em cada estabelecimento comercial e até em faixas espalhadas pela cidade é possível ver em Marcelândia alerta do perigo das queimadas. “Você não imagina a dimensão que uma pequena chama pode atingir”, diz o slogan de uma das campanhas publicitárias. Mas a população de Marcelândia agora tem, viu o estrago de perto e ainda sofre consequências, como respirar a fumaça que polui o ar.
A secretária de Agricultura, Elizabeth Velini, conta que Marcelândia conseguiu reduzir em 2008 e 2009 praticamente 80% dos focos de incêndio.
O Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal, também faz a sua parte na prevenção. No dia 23 de julho a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, esteve em Cuiabá para lançar a Operação Mato Grosso Verde 2010, que consiste no monitoramento de áreas de risco suscetíveis a incêndios florestais no Estado de Mato Grosso, detecção de focos, aviso e ataque inicial rápido pelos órgãos de resposta, de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Governo do Estado.
A operação envolve o Ministério do Meio Ambiente, Ibama, ICMBio, Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Sema, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Superintendência para Assuntos Indígenas e Polícia Militar, além do Governo do Distrito Federal (CBMDF). Durante os trabalhos poderão também ser monitoradas as áreas de desmatamento (levantadas por denúncias, localizadas por imagens de satélite). Todas as informações obtidas por meio desse monitoramento serão repassadas aos órgãos ambientais de fiscalização competentes a fim de nortear operações especificas desses órgãos.
