GERMINAÇÃO
Empaer pesquisa palmeira do cerrado para produção de mudas A pesquisa está sendo executada no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empaer, no município de Várzea Grande.
Devido a pouco estudo em nossa região sobre a produção de mudas do Buriti (Mauritia flexuosa), pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) estão analisando sementes para acelerar o processo de germinação e a produção de mudas mais uniformes e vigorosas.
O Buritizeiro é uma excêntrica palmeira encontrada no Brasil, abundante no cerrado com extrema importância ambiental, ornamental e de preservação da fauna, pois seus frutos são fontes de alimentos para aves, peixes e mamíferos. Também despertam interesse na alimentação humana.
A coordenadora do projeto de estudo da germinação de buriti, Doutora Eliane Forte Daltro, fala que o objetivo do projeto é avaliar o comportamento germinativo e o vigor de sementes de buriti. Ela destaca que na maioria das espécies de palmeiras, a germinação das sementes é lenta, desuniforme e, freqüentemente, em baixa porcentagem. “Em virtude da dormência tegumentar que é um mecanismo que dificulta a absorção de água pelas mesmas, um dos principais entraves para produção de mudas é a dificuldade de germinação”, declara.
De acordo com Eliane, o foco do trabalho é também o incentivo do uso ornamental, recuperação de áreas degradadas, preservação das nascentes e alimentação humana, visto que o buriti é rico em vitamina A, B, C, E, proteínas e minerais como cálcio e ferro. O óleo extraído do fruto tem propriedades medicinais e também é utilizado na indústria de cosméticos.
O pesquisador da Empaer, doutor David Silva, explica que estão realizando testes para verificar a composição bioquímica da semente de buriti para subsidiar as pesquisas com a palmeira. Ele explica que o estudo da fisiologia de sementes de espécies nativas, como o buriti, pode contribuir para a preservação das espécies que são exploradas intensamente em sistema extrativista.
Conforme Silva, o projeto será executado num período de dois anos e tem dentre outros objetivos desenvolver um protocolo para a germinação de sementes de buriti que possibilite a sua propagação e avanço na exploração racional de seu potencial econômico, alimentar e energético, podendo ser mais uma opção de trabalho e renda para o agricultor familiar. O projeto é financiado pela Fapemat.
As sementes foram coletadas no município de Poconé (104 km ao Sul de Cuiabá) e o trabalho de pesquisa está sendo executado no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empaer, no município de Várzea Grande. Participam do estudo também o engenheiro agrônomo, Joadir Santana Barbara, Técnico agropecuário, Natan Queiroz e a bolsista da Fapemat, Islayne Silva Flenga.
Os produtos da Palmeira
O óleo extraído da fruta tem valor medicinal e pode ser utilizado como vermífugo, cicatrizante e energético natural. As substâncias do buriti também dão cor, aroma e qualidade a diversos produtos de beleza, como cremes, xampus, filtro solar e sabonetes. As folhas geram fibras usadas no artesanato, tais como bolsas, tapetes, toalhas de mesa, brinquedos e bijuterias.
Utiliza quase tudo da palmeira, os talos das folhas servem para a fabricação de móveis. Além de serem leves, as mobílias feitas com o buriti são resistentes e muito bonitas. Palha de buriti, folhas jovens também produzem uma fibra muito fina, a “seda” do buriti, usada pelos artesãos na fabricação de peças feitas com o capim-dourado.