Estratégias do eixo Produzir são apresentadas à delegação norueguesa A proposta de MT é atrair investidores para colaborar com o financiamento da estratégia e implantar um novo modelo de desenvolvimento sustentável
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) recebeu na quinta-feira (29.09), a delegação da Noruega que veio conhecer mais sobre o eixo Produzir, do programa ‘Produzir, Conservar e Incluir’ (PCI) do Governo do Estado. A delegação, que durante essa semana também visitou outras pastas como a Sema, pretende entender melhor o contexto, oportunidades e desafios do Estado frente à execução do programa.
O secretário adjunto de Agricultura da Sedec, Alexandre Possebon, apresentou as estratégias do Eixo Produzir aos integrantes do governo norueguês composto pela conselheira do Ministério do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Lívia Costa Kramer; conselheiro sênior do Ministério do Clima e Meio Ambiente, Arild Skedmo, e pela conselheira de clima e florestas da Embaixada da Noruega em Brasília, Gunhild Santos-Nedrelid.
A proposta de Mato Grosso é atrair investidores para colaborar com o financiamento da estratégia de zerar o desmatamento ilegal até 2020, e implantar um novo modelo de desenvolvimento, que em 15 anos promova a transformação do Estado incentivando a produção sustentável aliada à conservação florestal, inclusão socioeconômica da agricultura familiar e de populações tradicionais.
De acordo com Possebon, a Noruega pode ser um importante parceiro nesse projeto. “O país é um potencial investidor em programas e projetos em Mato Grosso. O interesse deles vai ao encontro do que precisamos que é desenvolver a economia do estado aliando a preservação ambiental e o desenvolvimento social de Mato Grosso”.
Todas as metas do programa PCI visam o crescimento da produção com sustentabilidade. Atualmente, Mato Grosso tem uma área de 9,5 milhões de hectares sendo utilizada para agricultura, outros 24,89 milhões/ha para pastagens e 55,94 milhões/ha de preservação permanente. Já o potencial é de que possam ser utilizadas 26,01 milhões/ha para a agricultura e 8,39 milhões/ha para pastagem, mantendo os 55,94 milhões/ha preservados.
Para a conselheira norueguesa, Lívia Costa Kramer, Mato Grosso pode ser uma referência para o mundo quando se fala em produzir mais e de forma sustentável. “Nosso objetivo aqui era justamente entender os passos de implantação do PCI, os desafios do Estado frente à esse projeto. Estamos satisfeitos com as informações e em ver que o programa faz uma integração com todas as áreas. Para nós, é importante essa integração dos setores e a produção atrelada à preservação ambiental”.
As metas do eixo Produzir deverão ser concluídas até 2030 e estão divididas por setores, sendo pecuária bovina, agricultura (que engloba soja, milho e algodão), floresta nativa e floresta plantada.
O eixo Produzir está sob responsabilidade da Sedec, o eixo Conservar está a cargo da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e o “Incluir” é pautado pela Secretaria de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf).
Estratégia PCI
Em março deste ano, o governo estadual instituiu o Comitê Estadual da Estratégia PCI para acompanhar o cumprimento das metas apresentadas na COP 21. Durante o encontro, que reuniu no ano passado 195 países, em Paris, Mato Grosso se comprometeu em reduzir o desmatamento ilegal a zero até o ano de 2020 e também em realizar ações para conter o aquecimento global.
A proposta ao criar o Comitê é estabelecer um sistema de governança para planejar o detalhamento e a execução das metas da Estratégia PCI, que busca a expansão e o aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal de Mato Grosso, aliada à conservação da vegetação nativa e recomposição dos passivos ambientais, com a inclusão socioeconômica da agricultura familiar e de populações tradicionais.
O Gabinete de Assuntos Estratégicos é responsável pela coordenação geral da estratégia do grupo. Ao todo, integram a comissão sete secretarias estaduais e 14 instituições como membros convidados, entre eles, empresas privadas, sociedade civil organizada (ONGs), Ministério Público Estadual e Federal.