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CIDADANIA
Terça - 22 de Março de 2016 às 11:47
Por: Da Redação TA c/Assessoria

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“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”. A declaração de Nelson Mandela, ex-presidente africano e líder na luta contra a separação das pessoas pela cor da pele, marcou a data em que é celebrado o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.

A Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) trabalha a favor da quebra de preconceito, com a formação continuada e valorização da identidade sócio cultural da população negra em geral e remanescente de quilombolas, indígenas e imigrantes. As ações voltadas para esse público, são desenvolvidas pela Superintendência de Diversidades Educacionais, por meio das coordenadorias.

“A maioria dos analfabetos, pessoas privadas de liberdade ou mortas de forma violenta é negra. E escola tem a função social de fortalecer a promoção da igualdade e Direitos Humanos para essa população, sem esquecer de outras minorias”, pontua a superintendente de Diversidades Educacionais, Gonçalina Eva de Almeida.

Ela destaca o trabalho realizado junto às escolas para a que ações de inclusão e tolerância sejam parte da rotina pedagógica. Em 2015, a Seduc enviou uma Nota Técnica no intuito de orientar as escolas sobre a obrigatoriedade de execução das Leis 10.639 e 11.645 que regem sobre o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, durante todo o ano. Além disso as cinco unidades quilombolas em Mato Grosso, com quase três mil alunos, receberam R$ 24 mil para o fortalecimento da cultura e valorização da identidade étnica. Publicações também foram enviadas para subsidiar o trabalho. 

Os indígenas também foram contemplados com a publicação de livros sobre Educação Escolar Indígena para aproximadamente 10 mil estudantes atendidos nas 70 unidades escolares indígenas. Foi desenvolvido e enviado a diversas unidades não indígenas da rede estadual um material sobre a História dos Povos Indígenas.

Sebastião Ferreira de Souza, técnico da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena conta que os professores indígenas são os protagonistas na luta contra o preconceito. “Trabalhamos na formação inicial, continuada e cursos de extensão. Esse ano, 110 professores indígenas concluem a formação e outro grupo inicia o curso superior para lecionar nas unidades e valorizar a cultura materna”.

Se as populações tradicionais e negras do país precisam lutar pela inclusão e contra o preconceito. A situação é ainda mais difícil para imigrantes, como conta a técnica da Coordenadoria de Educação de Jovens e adultos da Seduc, Antonieta Luisa da Costa, ela trabalha diretamente com a população estrangeira.

Para amenizar o choque cultural e de linguagem a Seduc redigiu uma Política de Educação do Imigrante. Algumas ações como a contratação do professor integrador, responsável pelo diálogo entre a comunidade imigrante e a escolar, e intérpretes em crioulo, kechua, e mandariam já são realizadas pela Secretaria. 

Atualmente, 257 estrangeiros estão matriculados em salas específicas com tradutor e professor integrador, em unidades de Cuiabá, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Colíder e Várzea Grande. Em Cáceres acontece a busca ativa e aproximação aos imigrantes bolivianos.

A Coordenaria também prepara a formação para coordenadores pedagógicos e professores integrados. Marcada para 30 e 31 em Cáceres e na semana de 04 de abril, nos municípios de Colíder, Lucas do Rio Verde e Sorriso.

O dia

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória à tragédia que ficou conhecida como Massacre de Shaperville, em 1960, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Na ocasião, vinte mil negros protestavam contra a lei de posse, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles poderiam transitar na cidade, quando se depararam com tropas do exército, que abriram fogo sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. 




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