INVESTIMENTO
BNDES destina R$ 23 milhões a pesquisa de combate ao zika Até setembro deste ano, mais de 109 mil casos foram confirmados
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai repassar R$ 23 milhões para financiar pesquisas de combate à epidemia de zika desenvolvidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os recursos serão destinadas à elaboração de kits de diagnóstico e ações de combate ao Aedes aegypti.
A participação do BNDES no projeto da Fiocruz viabiliza a antecipação de resultados para a saúde pública, evitando maiores prejuízos à população, principalmente àquela em situação de maior vulnerabilidade social.
Desde 2008, o BNDES já apoiou 30 projetos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e produtos para saúde, totalizando R$ 352 milhões em recursos não reembolsáveis do BNDES Funtec.
Diagnóstico
O projeto prevê o desenvolvimento de três novos testes de diagnóstico. Dentre os três produtos haverá duas categorias de testes, que são complementares e utilizadas em fases distintas da doença.
O teste molecular, mais moderno, destaca-se por sua sensibilidade e especificidade, e identifica os vírus da zika, dengue e chikungunya com maior segurança. Já os testes sorológicos, por se basearem na reação do organismo à presença do vírus, podem ser utilizados muito tempo após a transmissão do vírus pelo mosquito. Por isso são importantes para pacientes assintomáticos, possibilitando aferir se já foram infectados anteriormente.
Combate
Complementam o projeto duas ações de combate ao vetor. A primeira delas busca validar o uso da bactéria Wolbachia no Aedes aegypti para interromper o ciclo de transmissão, não só da dengue, mas também do zika e da chikungunya.
Em paralelo, será apoiada a avaliação do uso do próprio mosquito como veiculador de larvicida. O método visa solucionar o problema de acesso aos criadouros de insetos não tratáveis pelos meios de controle tradicionais, seja por dificuldade de acesso ou mesmo por impossibilidade de identificação.
Pesquisa
O zika é um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, cuja primeira transmissão no País foi registrada em abril de 2015. A infecção pode produzir graves consequências neurológicas – como a microcefalia ou a síndrome de Guillain-Barré. Os casos de zika associados à microcefalia no Brasil levaram à declaração de estado de emergência em Saúde Pública.
Até setembro foram registrados 200.465 casos prováveis de febre pelo zika vírus no País, e cerca de 109.596 casos.