RESSOCIALIZAÇÃO
Mais de mil recuperandos vão participar do Enem PPL
A atual administração do Executivo estadual tem aumentado o número de recuperandos que participam do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL), cumprindo desta forma com o objetivo de ressocialização do detento. Em 2014, 716 cidadãos participaram das provas. No ano seguinte, o número de detentos que se inscreveram na edição do Enem PPL saltou para 830. Este ano, foram contabilizados 1.129 inscritos.
As provas serão aplicadas nesta terça e quarta-feira (13 e 14.12).
“As políticas promovidas pelo governo, que visam atender o Programa de Humanização do Sistema Penitenciário, e que buscam na ressocialização o caminho mais seguro para devolver estes cidadãos recuperados para a sociedade, passam obrigatoriamente pela educação destes presos”, avalia o secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT), Márcio Frederico de Oliveira Dorilêo.
Aplicado em prisões e unidades de internação socioeducativas, a prova configura uma oportunidade para adolescentes em medidas socioeducativas e recuperandos. Participarão candidatos cujas unidades firmaram termo de adesão, responsabilidade e compromisso com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No primeiro dia, os candidatos farão as provas de ciências humanas e suas tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e de ciências da natureza e suas tecnologias (Química, Física e Biologia), com duração total de quatro horas e 30 minutos.
No segundo, será a vez dos participantes testarem os conhecimentos em linguagens, códigos e suas tecnologias, distribuídos nas matérias de Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes, Educação Física, Tecnologias de Informação e Comunicação, Redação e Matemática, com duração total de 5 horas e 30 minutos.
A gestora do Núcleo de Educação da Sejudh-MT, Margaret Anderson de Oliveira, explica que as inscrições no Enem PPL foram feitas via internet pelos responsáveis pedagógicos de cada instituição. Eles também são encarregados do acesso aos resultados, da divulgação das informações do exame aos inscritos e do encaminhamento dos candidatos ao sistema de Seleção Unificada (Sisu) e a outros programas de acesso à educação superior.
No Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) 2016 conta com 54.358 inscritos de unidades prisionais e socioeducativas. Desses, 78% (42.490) tentarão a certificação do Ensino Médio por meio do exame.
Números
A Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (Saap) articulou a adesão das unidades e os responsáveis pedagógicos das unidades realizaram as inscrições dos 1.129 internos. Neste ano foram inscritos 234 internos da capital e 895 do interior. Da capital, participam o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), Penitenciária Central do Estado (PCE) e Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May. Do interior participam internos das unidades prisionais dos municípios de Alto Araguaia, Alto Garças, Araputanga, Arenápolis, Aripuanã, Barra do Garças, Cáceres, Campo Novo do Parecis, Canarana, Colíder, Diamantino, Jaciara, Juara, Nortelândia, Nova Xavantina, Porto dos Gaúchos, Primavera do Leste, Rio Branco, Rondonópolis, Santo Antônio de Leverger, São Félix do Araguaia, São José Rio Claro, São José de Quatro Marcos, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra e Várzea Grande.
“A evolução de inscritos mostra que estamos no caminho certo. A educação tem esse poder de mudar a vida das pessoas, e o Enem é uma ferramenta aliada ao processo de reintegração social. Dependendo do desempenho na prova, o interno terá a oportunidade de concluir o ensino médio, ingressar em uma universidade, ter uma formação acadêmica e isso abre portas para a vida lá fora”, finaliza Margareth Anderson de Oliveira.